Em cerimônia realizada hoje pela manhã, um holograma de Steve Jobs apresentou o novo lançamento da Apple.

"Amigos, trago aqui a última geração da inteligência artificial. Vamos dar um passo além na tecnologia da assistente de voz que todos conhecem por Siri. Inspirado no candidato com mais alto QI das eleições brasileiras, apresentamos a Siri Gomes, um aplicativo que trabalha sempre em shuffle: responde o que quer, na hora que quer, sempre de maneira temperamental e imprevisível", revelou Jobs.

Em seguida, o holograma humilhou um funcionário, retirou a pensão de um filho legítimo e se autodestruiu.

Jornalistas credenciados para testar o novo aplicativo relataram que Siri Gomes tem o hábito de falar sozinha sobre superávit primário, plutocratas, rombo da dívida pública e câmbio flutuante. "Mesmo que a gente coloque no mudo, ela fica vibrando sem parar. Parece que vai explodir", relatou Amílcar Brandão, correspondente do "Diário de Maricá".

Siri Gomes também se recusa a otimizar o funcionamento de outros aplicativos para economizar bateria. A cada pedido do usuário, Siri Gomes responde, de forma ríspida: "Dá bilhão? Então nem vou começar". O ponto positivo é que Siri Gomes está programada para injetar testosterona no aparelho toda vez que a bateria entra na reserva.

Um blogueiro que prefere manter seu nome em sigilo enviou um comando de voz para Siri Gomes colocar na agenda um jantar com a esposa. No horário marcado, no entanto, o blogueiro estava no cinema. "Meu celular começou a gritar 'Cabra Safado! Golpista!' no meio do filme. Foi um constrangimento", desabafou. "No dia seguinte, o aplicativo estava mais tranquilo e prometeu limpar o nome de todos os meus contatos no SPC", concluiu o blogueiro.

Usuários também reclamaram que Siri Gomes não entende comandos básicos como "formar alianças" ou "pegar leve", e reage muito mal quando ouve "João Doria" ou "Eunício Oliveira". "Nesses casos, ela esquenta tanto que trava", explicou a colunista Clara Ranoi.

Em comunicado, a Apple informou que Siri Gomes é assim mesmo. Quem não gostar pode desinstalar o aplicativo.

Contador

Estamos trabalhando há 149 dias sem saber quem matou —e quem mandou matar— Marielle Franco.