Ricardo Melo

Jornalista e apresentador do programa 'Contraponto' na rádio Trianon de São Paulo (AM 740), foi presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação).

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CPI da Covid fala o óbvio; auxílio emergencial é o que importa

Enquanto o povo passa fome, politicagem se preocupa com detalhes

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O relatório da CPI da Covid não trouxe grandes novidades. Depois de tantos anos de trairagem no Exército, no Parlamento e no governo, descobriu que JMB (dito Bolsonaro) é um bandido cercado de bandidos. Já não era sem tempo.

Ninguém que preste se iluda. O relatório vai se arrastar agora por anos e anos, alimentar querelas eleitorais e aliviar editores de primeiras páginas à procura de manchetes.

Depois certamente irá se dissolver como aconteceu com a CPI do Banestado em 2004, quando tucanos de alta plumagem foram flagrados numa roubalheira daquelas. Nada aconteceu.

O relatório final da CPI da Covid do Senado
O relatório final da CPI da Covid do Senado - Pedro Ladeira/Folhapress

A questão é agora. O país está literalmente desgovernado. Não há política digna desse nome em nenhuma das áreas críticas. Resumindo: o povo passa fome. Tá pouco se lixando com documentos copiosos que falam o óbvio e certamente não vão chegar a lugar nenhum.

A maioria quer saber como se alimentar amanhã antes de recorrer a caminhões de lixo e sobras de ossos outrora destinadas a produzir sabão.

Os leitores da Folha, dizem as pesquisas, fazem parte do alto da pirâmide social e muitos estão pouco se importando para questões como essas. Há exceções, é claro. Felizmente.

Mas grande parte, entre recolher dejetos de pets agasalhados ou ajudar um desafortunado desfalecendo em calçadas, prefere a primeira alternativa.

O pessoal dos brioches, porém, vai aos poucos percebendo que errou feio na aposta. JMB é um celerado interessado no futuro dele e da famiglia.

Para disfarçar seus próprios interesses, essa “elite” vomita sem parar perigos de desequilíbrio fiscal, teto de gastos e outras baboseiras do gênero.

O Brasil tem dinheiro de sobra. O problema é saber como aplicá-lo. Imagine se o dinheiro investido para pagar juros extorsivos a banqueiros fosse destinado a gasto sociais e ao bem estar social. Sobraria quantia em caixa.

Só interessados na própria sobrevivência eleitoral podem ser contra a extensão do auxílio emergencial.

Lula tem razão: temos que ser contra o valor, ridículo, de R$ 400, prometidos, mas não contra a ajuda aos famintos. Há interesse eleitoral de JMB? Não diga.

Mas o povo sabe distinguir (ou saberá) o que é sobreviver e as manobras de um homicida à beira do cadafalso.

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