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rita siza

 

01/08/2012 - 14h01

Os voluntários, o maior sucesso da Olimpíada

DE SÃO PAULO

Vamos a meio da primeira semana dos Jogos de Londres, o nadador norte-americano Michael Phelps já se tornou o atleta mais medalhado da história, oito atletas foram expulsas por fazer batota no badminton, o jogo de hóquei entre o Reino Unido e a Argentina não terminou na pancada, os tenistas brasileiros Marcelo Melo e Bruno Soares bateram o recorde do mais longo embate de sempre numa Olimpíada, a seleção da Espanha reclamou do "escândalo" de ter um gol limpo invalidado no pólo aquático e a representante da Coreia do Sul Shim A Lan, da esgrima, protagonizou o mais mediático protesto contra a arbitragem até ao momento.

Os Jogos já produziram muitas outras boas histórias, mas com os portões do magnífico estádio olímpico ainda por abrir, por enquanto a competição está como o tempo aqui em Londres: morna.

Quem está absolutamente a ferver --"on fire", como gostam de dizer por estas bandas-- são os voluntários de Londres 2012, milhares de homens e mulheres, jovens ou de cabelos bem brancos, que desinteressadamente têm estado à disposição de quem precisa de ajuda, uma dica, um conselho, uma informação.

Até agora, ainda não encontrei nenhum que não fosse gentil, bem humorado e extremamente prestável. Quanto a mim, até o momento, são a grande revelação do evento, uma agradável surpresa, e um claro sucesso da organização londrina.

Os voluntários estão por todo o lado. Nos parques da cidade, nas saídas do metropolitano, nos corredores dos pavilhões esportivos ou só no meio da rua, abanando umas gigantescas luvas de espuma a apontar a direção. Sorriem, cantam, fazem piadas, posam para as fotografias; ao mesmo tempo que garantem verdadeiro serviço ao público, são genuínas fontes de entretenimento --não tenho dúvida que muitos fariam melhor trabalho do que alguns dos animadores contratados para o divertimento do pessoal na plateia.

O trabalho de sinalização da cidade também foi bem executado. É praticamente impossível alguém perder-se a caminho dos recintos olímpicos: todas as ruas estão marcadas com setas e existem plantas e mapas a cada esquina. Outra excelente ideia foi fornecer um título de viagem, válido para qualquer transporte público e durante 24 horas, juntamente com os ingressos da competição.

É uma solução que evita longas e desesperadas filas em bilheteiras e dores de cabeça aos turistas menos dispostos a memorizar o mapa das zonas do transporte de Londres. Ao contrário de todas as previsões e dos cenários mais pessimistas, o sistema de transporte não colapsou (ainda) e do que pude experimentar, revelou-se bastante prático e eficiente. Entrar e sair dos recintos não oferece nenhuma complicação: compareci para o meu primeiro evento com duas horas de antecedência, como recomendava a literatura que recebi com o ingresso, e passei as barreiras de segurança e o escrutínio do raio X em menos de cinco minutos.

Depois disso, não voltei a acordar às seis horas para chegar a tempo à primeira sessão da manhã. Como disse o atleta meu compatriota Marco Fortes, na frase que o celebrizou na última olimpíada, de manhã sabe bem estar na caminha.

rita siza

Rita Siza é jornalista do diário português "Público", onde acompanha temas de política internacional, com ênfase na América Latina. Do futebol ao pebolim, comenta sobre diversos esportes e dedica particular atenção às Olimpíadas. Escreve aos sábados no site da Folha.

 

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