Roberto Dias

Secretário de Redação da Folha.

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Combate a fake news por aqui continua em estado de negação

Presidente do TSE espera dos partidos políticos uma 'colaboração dos homens de bem'

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Imagem de trecho do trailer do documentário 'The Fourth State' no Facebook
Imagem de trecho do trailer do documentário 'The Fourth State' no Facebook - Reprodução

A produtora Showtime criou trailers do documentário “The Fourth State”, que retrata a cobertura da Casa Branca pelo jornal The New York Times. Pagou ao Facebook para promovê-los na plataforma. Eis que a rede social devolveu o dinheiro. Considerou os vídeos políticos e exigiu que a produtora se cadastrasse como anunciante do gênero.

Coisa parecida ocorreu com a Vice, que investiu dólares para divulgar um post jornalístico sobre EUA e Coreia do Norte. A informação foi classificada como política pelo Facebook, que rejeitou impulsioná-lo.

O relato desses dois casos e de outros foi feito por The Verge, uma das mais importantes publicações sobre tecnologia. Os exemplos mostram um caminho tomado pelo Facebook após a crise das fake news: fazer ele próprio a classificação editorial dos posts, incluindo aí conteúdo jornalístico. E isso apesar de a empresa continuar insistindo que não é um veículo de mídia.

Pior, fossem esses anúncios mentirosos, a medida não teria resolvido o problema. Pois, promovidos ou não, os posts continuaram no ar. 

Tente você veicular numa TV ou num jornal informação falsa que resulte em dano à honra de alguém —o caso típico das fake news das redes sociais. Caso consiga publicá-la, provavelmente acabará processado. 

No caso das redes sociais, esse “provavelmente” não é cabível. Apesar de toda a espuma, muito pouco mudou em relação a esse ponto. As plataformas de tecnologia querem qualquer medida que não altere coisas centrais de seus modelos —e, sem isso, continuará difícil responsabilizar judicialmente quem faz circular informação falsa.

Por aqui, o debate andou mais em círculo do que para frente. Um ministro do TSE, Admar Gonzaga, ainda acha que não é preciso se preocupar muito. O presidente do tribunal, Luiz Fux, espera dos partidos políticos uma “colaboração dos homens de bem” (!!!), pede ajuda à imprensa e quer atenção dos eleitores. Sobre as plataformas, silêncio.

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