Roberto Dias

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Facebook vai das fake news à criptomoeda

Acreditar na empresa de Mark Zuckerberg não se mostra tarefa fácil

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“O WhatsApp vai continuar operando independentemente do Facebook.” Esse era Mark Zuckerberg em fevereiro de 2014, feliz da vida após ter comprado o app de mensagens. Cinco anos depois, ele próprio confirmava a integração entre os dois aplicativos, como se nada tivesse sido dito.

Na mesma época desse anúncio, Zuckerberg publicava um artigo no jornal The Washington Post. Pedia mais fiscalização sobre o setor. “Acredito que precisamos de nova regulação em quatro áreas: conteúdo ofensivo, integridade das eleições, privacidade e portabilidade dos dados.”

Curiosamente, não incluiu na lista o mundo financeiro, uma das áreas de regulação mais rígida na vida em sociedade. Não tão curiosamente assim, ao mesmo tempo em que escrevia o acima, ele acelerava o projeto da criptomoeda libra, agora anunciada.

Logo da Libra, moeda lançada pelo Facebook
Logo da Libra, moeda lançada pelo Facebook - Libra Press Team/AFP

Para que ela decole, o Facebook jura que não haverá integração entre os dados desse sistema de pagamentos e suas plataformas, que funcionam como máquinas de publicidade. Diz que tudo será controlado por uma entidade sem fins lucrativos, da qual será um participante.

Mas, sabe-se agora, pois noticiado pelo Financial Times, que durante o projeto a empresa de Zuckerberg tentou comprar startups, e as negociações não vingaram justamente por desacordo sobre o controle que o Facebook teria da moeda.

Não há dúvida de que o domínio dos bancos sobre os sistemas de pagamentos continua sendo um problema e que a tecnologia ajuda demais a enfrentá-lo. A questão toda é que acreditar na empresa que lançou a libra não se mostra tarefa fácil.

O Facebook desempenhou papel central na explosão das fake news, aproveitando-se de lacunas de regulação do setor de mídia, ao qual diz não pertencer. Quando a avalanche de problemas apareceu, fez tudo menos resolvê-los —e, agindo dessa maneira, suas ações continuaram a escalada. Está nas mãos das autoridades públicas evitar outra bola de neve.

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