Roberto Dias

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Boa notícia: nossos prefeitos não desprezam evidências científicas, diz pesquisa

Estudo observou 2.150 dos 5.570 chefes do Executivo municipal

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Prefeitos brasileiros estão abertos à influência de estudos acadêmicos? Caso estejam, esses trabalhos alteram suas crenças e ações?

Publicação recente do NBER, o National Bureau of Economic Research, dos EUA, ensaia respostas a essas questões —e pode-se até afirmar que, em tempos de terraplanismo, elas dão algum conforto à alma.

Produzido por pesquisadores de três universidades americanas (Harvard, Colúmbia e a da Califórnia) e de um instituto (Innovations for Poverty Action), o estudo observou 2.150 dos 5.570 prefeitos brasileiros.

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Usuário de patinete elétrica, cuja regulamentação está sendo discutida em várias cidades - Eduardo Knapp/Folhapress

O que essa evidência científica indica é que nossos gestores não são refratários à evidência científica, ao contrário do que sugerem nossas evidências menos, digamos, científicas.

Foram feitos dois testes. Um deles buscou medir o interesse dos prefeitos por estudos sobre políticas para a primeira infância. Conclusão: eles "parecem valorizar evidências e mudar suas crenças de maneira relativamente sofisticada".

O segundo teste procurou saber se pesquisas que mostram a eficácia de enviar cartas aos contribuintes alteravam as ações dos prefeitos.

Após apresentar evidências aos políticos e acompanhar as prefeituras por dois anos, os pesquisadores afirmaram: "Quando os líderes brasileiros recebem informação sobre o impacto de uma política, eles modificam a linha de suas políticas".

O estudo alerta, porém, que parece haver problema em fazer a informação circular e diz que é limitado, por aqui, o alcance de entidades que pesquisam políticas públicas.

Em adendo ao trabalho dos pesquisadores, vale lembrar que os prefeitos mais e mais vão negociar com gente que produz informação em escala imensa. Bom exemplo é o da área de mobilidade. O grosso dos dados sobre o uso de bicicletas e patinetes é produzido pelas próprias empresas, que têm natural interesse em influenciar os gestores. Os administradores públicos precisam como nunca de mais fontes confiáveis de pesquisa para poder decidir.

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