Quando aconteceu a mais famosa de todas as finais dos 100 metros rasos do atletismo, na disputa masculina dos Jogos de Seul, em 1988, a Folha publicou uma reportagem de futurologia.
O título era: “Computador prevê marca de 9s50 para o ano 2000”. O texto que se seguia ficava um pouco mais modesto. O recorde previsto na simulação estava na faixa de 9s66 a 9s68 —o modelo era de autoria do Instituto Nacional de Estudos e Tecnologia Esportiva da Coreia do Sul. Os tais 9s50 ocorreriam apenas “se as condições meteorológicas fossem ideais”, segundo explicava o jornal.
Lembrando: o canadense Ben Johnson havia acabado de derrotar o norte-americano Carl Lewis na disputa pelo ouro e estabelecer o novo recorde mundial, de 9s79. Ato seguinte, seria flagrado no doping e desmascarado.
Corta para o ano 2000. O recorde é do americano Maurice Greene. O tempo? Os mesmos 9s79 que Ben Johnson havia estabelecido, dopado, naquelas Olímpiadas de Seul (a marca de Johnson, claro, foi anulada). O fato é que, 12 anos depois, o melhor tempo da prova havia sido cravado novamente cinco vezes, mas continuava distante mesmo da previsão mais pessimista daquele modelo computacional de 1988.
Por sinal, ainda em 2021 segue longe daquela previsão mais otimista. O recorde atual é do jamaicano Usain Bolt, estabelecido em 2009. O tempo: 9s58 (mais precisamente, 9s572).
Há previsões mais recente que colocam o limite da evolução em 9s48, 9s45 e 9s44. Outra, do australiano Jeremy Richmond, publicada pela Federação Internacional de Atletismo, vê margem para bastante evolução, até 9s27.
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