Rodrigo Zeidan

Professor da New York University Shanghai (China) e da Fundação Dom Cabral. É doutor em economia pela UFRJ.

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Rodrigo Zeidan

Escolha deste domingo é entre civilização e barbárie

É hora de jogar a extrema direita na sarjeta da história, de onde nunca deveria ter saído

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Este domingo (2) é o dia mais importante da história democrática brasileira; nada mais, nada menos. É o dia em que a sociedade vai se comprometer com a democracia, tirando do poder o pior governo da nossa história.

Que isso signifique que o PT estará de volta ao poder está longe de ser ideal, mas não é uma escolha difícil. Na verdade, é bem simples: Lula já fez um bom governo, de 2003 a 2006, e, mesmo que seu segundo governo tenha sido péssimo, ele não se compara ao desastre atual.

A destruição institucional do governo Bolsonaro é inacreditável. Parece que foi ontem quando, em uma reunião ministerial, o ministro do Meio Ambiente propôs passar a boiada enquanto a mídia estaria preocupada com a pandemia. E o pior? O governo fez exatamente o que ele propôs.

O ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro
O ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro - Gabriela Biló e Antonio Molina/Folhapress

A desregulamentação ambiental já custou muito à sociedade, que está e vai continuar sofrendo retaliações comerciais pelo descaso com a Amazônia, a caatinga e o Pantanal.

Os resultados do governo Bolsonaro: fome, inflação, desemprego e milhares de covas que não existiriam se qualquer outro estivesse na cadeira da Presidência. Uma economia destroçada e a pior gestão nacional da pandemia entre os países do G20. Mais de 3.200 em cada milhão de brasileiros morreram de Covid-19 e suas complicações.

Lembra-se da Espanha e da Itália, onde o exército teve que criar hospitais de campanha em regiões como Bergamo e Madri? Essas taxas são de 2.400 e 2.980 mortos por milhão de residentes, respectivamente. A razão para isso é bem simples: Itália e Espanha, assim como a maior parte dos países do mundo, levaram a pandemia a sério.

Os presidentes recomendaram que as pessoas usassem máscaras, seus governos correram para fechar acordos com as empresas farmacêuticas que estavam desenvolvendo vacinas, e os ministros da Saúde foram a público para incentivar que as pessoas evitassem aglomeração. Ou seja, o oposto do governo negacionista brasileiro. O resultado está aí para todos vermos: Brasil no topo do ranking de mortos por Covid entre os países do G20.

E a economia? O relatório Focus é claro. Espera-se que o país vá crescer 0,5% em 2023, com inflação acima da meta. Em nenhum país no qual o governo deixa a economia arrumada as expectativas são que o ano seguinte será de crescimento em baixa e inflação em alta. Paulo Guedes conseguiu substituir Guido Mantega como o pior ministro da economia da história brasileira.

Escrevi em 2018 que voltaríamos 50 anos no tempo, com desemprego de dois dígitos, inflação em alta, sem vários direitos sociais e sem Bolsa Família. Hoje, são milhões na fila do tal Auxílio Brasil, que é um arremedo do que foi o melhor programa social da história do Brasil.

Com ou sem pandemia, a gestão da economia foi péssima. O único uso do capital político do presidente foi usado para liberar a compra de armas pela população, um erro que vai custar muito mais vidas.

Esse é o governo da morte; foram quatro anos sem esperança de um país melhor. É hora de jogarmos a extrema direita na sarjeta da história, de onde nunca deveria ter saído.

É triste que posso repetir o mesmo parágrafo final da coluna antes da eleição de 2018, substituindo Fernando Haddad por Lula.

"Por pior que seja a candidatura petista, é melhor que a barbárie. Vote em Lula, pelo amor dos brasileiros. Não é preciso ser sábio para saber como termina o filme com a extrema direita no poder. O Brasil morre no final."

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