O clássico sertanejo “Pense em Mim”, da dupla Leandro e Leonardo, era um reggae quando foi composta em 1985 por Douglas Maio, José Ribeiro e Mário Soares. Chamava-se “Com Destino à Felicidade”.
Agora, 35 anos depois, Mário Soares entrou na Justiça contra o cantor Leonardo pedindo uma indenização.
Ele afirma que a música foi gravada pela dupla sertaneja em janeiro de 1990 sem a sua autorização prévia e que nunca recebeu a remuneração devida pelos direitos autorais.
Soares diz que Leonardo conheceu a música quando ele a apresentou num show de calouros do programa televisivo, o Clube do Bolinha. Afirma que somente depois de já ter gravado o álbum "Leandro e Leonardo Vol. 4" com “Pense em mim” na faixa 3 do lado B, em 1990, a dupla os procurou para obter o consentimento, o que não teria sido feito de modo formal.
O compositor afirma que era uma pessoa de pouca instrução e experiência e que foi pressionado por Leonardo e por outras pessoas do “universo artístico” a dar a autorização. “[Mário] era humilde, inexperiente, sem consciência da importância que a obra iria assumir na história da música brasileira”, diz no processo o seu advogado, Alexandre Teixeira Moreira.
Na ação, que também envolve as gravadoras, o compositor se declara como pessoa pobre, dizendo não ter condições nem mesmo de arcar com as custas processuais. Afirma ter despesas mensais de R$ 5.000 e ser o responsável pelo sustento de sua mulher e de dois filhos. Declara ter recebido ao longo dos anos quantias irrisórias pelos direitos autorais.
Mário diz que acabou tornando-se um mero coadjuvante na história, “vislumbrando à distância todo o sucesso de sua obra”, e que frequentemente é ludibriado e humilhado por Leonardo. “Sempre que se encontram”, afirma o advogado na ação, "[Leonardo] pede ao autor para lhe fornecer o número de sua conta bancária, fazendo alusão de que está milionário e que ele merece uma 'caixinha'”.
Mário cobra o pagamento dos royalties e uma indenização moral de R$ 598,8 mil.
Leonardo ainda não apresentou sua defesa. A coluna não conseguiu localizá-lo.
Por conta da quarentena do coronavírus, o juiz Artur Martinho de Oliveira Júnior, da 6ª Vara Cível de São Vicente, marcou apenas para 4 de agosto uma audiência de conciliação.
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