Demitido em 2013 sob acusação de torturar e matar um preso, o investigador Ricardo Milanez será reintegrado à Polícia Civil de São Paulo por determinação do Tribunal de Justiça.
Milanez foi exonerado pelo então governador Geraldo Alckmin (PSDB) após um processo administrativo apontá-lo como um dos responsáveis pela morte do motoboy Alex Sandro Neto de Almeida, em 2003.
O motoboy era suspeito de participar do sequestro de seu patrão, proprietário de um restaurante em São Bernardo do Campo, e estava preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Santo André.
O sequestro ainda estava em curso quando Alex foi levado para interrogatório em uma delegacia. Ele acabou morrendo no local.
O TJ, no entanto, considerou que as provas apresentadas no processo são inconclusivas sobre a eventual participação do investigador na morte do motoboy.
Os diversos laudos realizados, segundo a Justiça, são contraditórios e não permitem apontar com certeza se as agressões sofridas pelo rapaz nas horas que antecederam o óbito ocorreram na delegacia, no transporte do preso ou mesmo no CDP. “Não ficou demonstrado que ele sofreu tortura na delegacia”, diz o acórdão.
A defesa disse que o investigador é inocente e afirmou que o motoboy sofreu um “mal súbito”. O TJ destacou na decisão que um dos laudos apontou que a fratura em uma das costelas do motoboy é compatível com uma tentativa de reanimação cardíaca, informação que corroboraria o relato do policial.
Além de determinar a reintegração do investigador à Polícia Civil, o TJ ordenou que o Estado pague os valores que o investigador deixou de receber no período em que esteve afastado de suas funções.
Cabe recurso à decisão.
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