A Rede Record foi obrigada pela Justiça a pagar R$ 52 mil de indenização à advogada Roberta Tafner, que, em 2010, foi acusada, com o marido, Willians de Souza, de matar os próprios pais.
A Justiça considerou que a emissora extrapolou o exercício da liberdade de imprensa ao exibir o momento em que eles foram presos, em São Bernardo do Campo.
Quando a polícia e uma equipe da Record entraram no imóvel, os dois estavam dormindo e foram surpreendidos em trajes íntimos.
“A veiculação da reportagem extrapolou a linha do razoável e dos limites da narrativa”, afirmou o desembargador José Rubens Queiroz Gomes, relator do processo no Tribunal de Justiça.
O empresário Wilson Tafner e a advogada Tereza Cobra foram mortos a facadas no dia 2 de outubro de 2010 num condomínio em Santana do Parnaíba, na região metropolitana de São Paulo.
Tereza recebeu 16 golpes e Wilson, 10. Todos no rosto e na cabeça.A polícia encontrou 15 pontos de sangue entre o quarto onde o casal foi morto e a casa da filha, no mesmo condomínio.
Segundo a denúncia feita pelo Ministério Público, a herança seria o objetivo dos acusados. Willians teria aplicado os golpes. Roberta teria ajudado o marido a planejar o crime e a limpar os vestígios.
O casal, que sempre negou o crime, foi absolvido em 2016. No ano seguinte, o TJ anulou a decisão. Um novo julgamento será realizado.
“Vou lutar para limpar a minha honra e a dos meus pais”, disse Roberta em 2018.
“Eles não criaram uma assassina.” No processo de indenização movido pelo casal, a Record alegou que não houve excesso ou abuso no direito de informar e que a reportagem apresentou “fatos verídicos e sem intenção difamatória”.
A Justiça não aceitou a argumentação, e o pagamento da indenização foi concluído nesta quinta (7 de janeiro).
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