Rogério Gentile

Jornalista, foi secretário de Redação da Folha, editor de Cotidiano e da coluna Painel e repórter especial.

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Justiça obriga Doria a contratar médicos para hospital

Decisão foi tomada após inquérito do Ministério Público apontar irregularidades na prestação de serviços em razão da falta de profissionais em hospital no interior de SP

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A Justiça de São Paulo determinou ao governador João Doria (PSDB) que contrate 17 médicos para o Hospital Estadual de Mirandópolis, no interior de São Paulo.

A decisão foi tomada pelo juiz João Luis Monteiro Piassi após inquérito do Ministério Público apontar irregularidades na prestação de serviços em razão da falta de profissionais em diversas especialidades.

O déficit no quadro de médicos, de acordo com a investigação, teria impossibilitado a realização de procedimentos cirúrgicos e partos no hospital, que é referência na região, recebendo pacientes de cerca de 40 municípios. Um óbito teria ocorrido por falta de anestesista em um plantão.

Imagem em primeiro plano mostra João Doria de social segurando um microfone na altura da boca
Governador de São Paulo, João Doria (PSDB) - Zanone Fraissat - 11.nov.19/Folhapress

“A falta de profissionais médicos no hospital é crônica e persiste ao menos desde 2016, sem prognóstico de solução”, afirmou o juiz na sentença. “A atual situação está insustentável, chegando a nível extremo, conforme boletins de ocorrência registrados por funcionários do hospital.”

O governo paulista tem 90 dias para cumprir a decisão, sob risco de sofrer uma multa de R$ 10 mil por dia.

Doria ainda pode recorrer.

Na defesa apresentada à Justiça, o governo argumentou que é “praticamente impossível” fazer a contratação de médicos atualmente em razão da enorme defasagem de profissionais decorrente da pandemia do coronavírus. Destacou que a mão de obra é escassa, “tendo sido requisitada no mundo todo”, e citou as dificuldades financeiras do Estado.

Disse ainda que, nos últimos anos, tentou preencher as vagas, mas enfrentou problemas por falta do interesse dos profissionais. “A profissão de médico é extremamente valorizada, como não poderia ser diferente. Muitas vezes os salários pagos pela administração pública, que se submetem a limites constitucionais, não atraem os profissionais ou, quando atraem, com o decorrer do tempo, não se mostram mais atrativos.”

O governo disse à Justiça que tem tomado providências para suprir as ausências, com a utilização de plantões extras (presencial e à distância), contratações provisórias e a transferência de pacientes para outros hospitais.

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