Ronaldo Lemos

Advogado, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Ronaldo Lemos
Descrição de chapéu Folhajus tecnologia games

Tendências para 2022

Metaverso não vai se concretizar neste ano, e ainda vai faltar chip

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

É até difícil escolher quais das inúmeras tendências tecnológicas serão importantes em 2022. Então talvez seja melhor começar apontando aquela que não será importante para o ano que chega: o metaverso.

Muito tem sido dito sobre o assunto, e várias apostas estão sendo contratadas. No entanto, 2022 não será o ano em que o metaverso irá se concretizar. Uma tecnologia realmente imersiva ainda pode levar cinco ou mais anos para ser desenvolvida, se é que será.

A única exceção é se você é criança. Nesse caso, há uma enorme probabilidade de que você já viva em algum tipo de metaverso. Crianças contemporâneas (ao menos as que estão conectadas e têm acesso a dispositivos digitais) já estão imersas em plataformas digitais como Roblox e outras que competem com a própria realidade. Para essas crianças, a distinção entre virtual e real é tênue, e a própria palavra "metaverso" —enquanto algo que está "além"— não faz sentido. É algo que está presente, aqui e agora, nas suas vidas.

Mark Zuckerberg, presidente-executivo do Meta, fala com um avatar dele mesmo no "Metaverso" - Facebook/Handout via Reuters

Já com relação às tendências que devem ser importantes nos próximos 12 meses, certamente o universo de criptomoedas, blockchains e DeFi (finanças descentralizadas) dará muito o que falar. Seja pelos aspectos positivos, seja pelos negativos.

Os pessimistas acreditam que 2022 será o ano do crash dos preços das criptomoedas. Os otimistas acreditam que já tenhamos ultrapassado o ponto de não retorno e que o mundo cripto irá se integrar cada vez mais ao sistema financeiro tradicional, inclusive com pretensão de substituí-lo em diversas funções.

Outra tendência presente em 2022 é a escassez de microchips, que deve continuar. A produção de microprocessadores tornou-se um setor crítico, relevante inclusive do ponto de vista geopolítico e para questões de segurança nacional. É uma pena que o Brasil esteja se distanciando desse mercado e da possibilidade de participar do desenvolvimento desse tipo de tecnologia localmente.

Falando do Brasil, há muitos temas quentes no horizonte. A começar pelo 5G, que agora entra em outra fase: o desafio da implementação. O país optou por criar uma rede de 5G "puro-sangue", que, se realmente instalada, pode servir de infraestrutura para vários saltos de eficiência.

A questão é que o país demorou demais para começar a lançar o 5G. Resta saber se esse atraso não comprometerá os benefícios possíveis se a tecnologia tivesse chegado mais cedo.

Outro tema relevante para o país é o efervescente mercado de empresas startups locais, que vem impulsionando processos de inovação no país movidos a capital de risco. A alta dos juros pode esfriar esse ecossistema, que teve um ano promissor em 2022.

Do ponto de vista legislativo, há diversos temas em discussão. O projeto de lei das fake news deve continuar sua tramitação no Congresso, assim como o projeto de lei para regulamentar inteligência artificial.

O que não se encontra em lugar nenhum é um plano sobre aonde queremos chegar no universo da tecnologia. O que o país quer fazer? O que quer priorizar e em quais mercados e setores deseja competir? Sem ter isso claro, enquanto país não se chega a lugar nenhum. Um bom ano para todos nós.

READER

Já era Jogar videogames sozinho

Já é Jogar videogames socialmente

Já vem Jogar videogames para ganhar criptomoedas

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.