Mês sim, mês não, Dylan Farrow, filha adotiva de Mia Farrow e Woody Allen, convoca a imprensa para acusar Woody de a ter molestado em 1992, quando ela era criança e ele ainda se relacionava com Mia. Curiosamente, essa acusação só foi feita por Mia meses depois que Woody se separou dela para ficar com sua outra filha adotiva (e não dele), a coreana Soon-Yi Previn. Woody foi inocentado, mas, a cada ano, Dylan fica mais convencida da história. E não perdoa nenhuma passagem de Woody pela mídia.

A última, há duas semanas, foi em resposta a uma entrevista de Woody em que ele disse apoiar o movimento #MeToo, que denuncia os assediadores de Hollywood, e lembrou que, nos últimos 50 anos, trabalhou com inúmeras atrizes em bases estritamente profissionais. Alguém dirá que ele não fez mais que sua obrigação, e estará certo. Mas essa nunca foi a praxe em Hollywood, cujos códigos sempre foram mais elásticos do que a média americana. 

Uma espiada na vasta filmografia de Woody, desde a estreia oficial, com “Um Assaltante Bem Trapalhão”, de 1969, até o mais recente, “A Rainy Day in New York”, ainda inédito, mostra o contingente de estrelas que passaram por seus filmes —muitas, mais de uma vez e a maioria, trabalhando por cachês quase simbólicos, pela honra de filmar com Woody Allen. Vejamos:

Mariel Hemingway, Meryl Streep, Charlotte Rampling, Marie-Christine Barrault, Barbara Hershey, Dianne Wiest, Carrie Fisher, Gena Rowlands, Cybill Shepherd, Anjelica Huston, Madonna, Jodie Foster, Mira Sorvino, Helena Bonham Carter, Goldie Hawn, Drew Barrymore, Julia Roberts, Demi Moore, Melanie Griffith, Winona Ryder, Uma Thurman, Scarlett Johansson, Penélope Cruz, Kate Winslet, Cate Blanchett, Emma Stone, Kristen Stewart. 

Cada qual em sua época, todas estas mulheres estiveram entre as mais desejadas do mundo. E talvez mais assediadas. Mas não por ele.