Se alguém perguntasse um dia ao pesquisador Saulo Pereira de Mello que filmes ele levaria para uma ilha deserta, a resposta seria: “Só um. ‘Limite’ (1931), de Mario Peixoto”. E mostraria sob a cama as 12 latas da única cópia do filme, que guardava com sua vida ---se o nitrato pegasse fogo, os dois iriam embora. Saulo foi levado em abril pela Covid, aos 87 anos, mas não sem realizar seu sonho de restaurar o filme, que, por causa dele, está hoje em DVD. Eu não levaria “Limite”, mas, graças aos DVDs, não me faltaria escolha. E sem repetir diretor.
Comigo iriam “O Gabinete do Dr. Caligari” (1919), de Robert Wiene. “A Última Gargalhada” (1924), de F.W. Murnau. “A Caixa de Pandora” (1929), de G.W. Pabst. “O Anjo Azul” (1930), de Josef Von Sternberg. “A Nós, a Liberdade” (1931), de René Clair. “A Grande Ilusão” (1937), de Jean Renoir. “O Demônio da Algéria” (1937), de Julien Duvivier. “Olimpíadas” (1938), de Leni Riefenstahl.
“O Boulevard do Crime” (1945), de Marcel Carné. “Roma, Cidade Aberta” (1945), de Roberto Rossellini. “A Bela e a Fera” (1947), de Jean Cocteau. “O Terceiro Homem” (1949), de Carol Reed. “Os Esquecidos” (1950), de Buñuel. “Rashomon” (1950), de Kurosawa. “Milagre em Milão” (1950), de Vittorio de Sica. "Belíssima" (1951), de Luchino Visconti. “Mônica e o Desejo” (1952), de Bergman. “Madame de...” (1953), de Max Ophüls. “O Salário do Medo” (1953), de H-G. Clouzot. “Grisbi, Ouro Maldito” (1953), de Jacques Becker. “Rififi” (1955), de Jules Dassin. “E Deus Criou a Mulher” (1956), de Roger Vadim. “Meu Tio” (1958), de Jacques Tati.
“A Tortura do Medo” (1960), de Michael Powell. “Os 1.000 Olhos do Dr. Mabuse” (1960), de Fritz Lang. “A Doce Vida” (1960), de Fellini. “Acossado” (1959), de Godard. “Divórcio à Italiana” (1962), de Pietro Germi. “Aquele Que Sabe Viver” (1962), de Dino Risi. “Os Guarda-Chuvas do Amor” (1963), de Jacques Démy.
Epa, fim do espaço. E faltou Hollywood!
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