Ruy Castro

Jornalista e escritor, autor das biografias de Carmen Miranda, Garrincha e Nelson Rodrigues, é membro da Academia Brasileira de Letras.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Ruy Castro

Da Broadway para Hollywood

A partir de 1960, o cinema teve de recorrer ao teatro para produzir seus grandes musicais

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Ouvi isto mais de uma vez: "Não gosto de musical. No meio da cena, o sujeito para de falar e começa a cantar!". Sempre respondi: "É porque é um musical. Se fosse um faroeste, o sujeito pararia de falar e sairia a cavalo dando tiros". E, com essa frase, devo ter convertido alguns infiéis. Hoje é diferente. As pessoas passaram a gostar de musicais, inclusive de teatro, vide os ônibus que, até a pandemia, desovavam hordas de brazucas na Broadway.

Tenho falado de musicais neste espaço. Faltou dizer que, a partir de 1960, com a quebra dos estúdios, Hollywood teve de trocar suas produções autóctones, feitas diretamente para o cinema, como "Cantando na Chuva" e "Sinfonia de Paris", pelos sucessos da Broadway, que já traziam tudo pronto: enredo, música, coreografia, o elenco original e, principalmente, a publicidade. Foi o que garantiu o estouro de filmes como "West Side Story" (1961), "My Fair Lady" (1963) e "A Noviça Rebelde" (1964) —já tinham sido estouros no teatro. E, como estes, muitos outros.

Em 1962, Hollywood soltou "Em Busca de um Sonho", com Natalie Wood, e "Vendedor de Ilusões", com Robert Preston. Em 1963, "Adeus, Amor", com Dick Van Dyke. Em 1967, "Camelot", com Richard Harris, e "Como Vencer na Vida Sem Fazer Força", com Robert Morse. Em 1968, "O Caminho do Arco-Íris", com Fred Astaire, e "Funny Girl, a Garota Genial", com Barbra Streisand.

Em 1969, "Hello, Dolly!", também com Barbra, e "Charity, Meu Amor", com Shirley MacLaine. Em 1971, "Um Violinista no Telhado", com Topol. Em 1972, "O Homem de la Mancha", com Peter O'Toole, e "Cabaré", com Liza Minnelli. Em 1978, "Nos Tempos da Brilhantina", com John Travolta, e "O Mágico Inesquecível", com Diana Ross. Todos ótimos, todos vindos do teatro.

Não, "Os Embalos de Sábado à Noite" (1977) não veio da Broadway. Já nasceu no cinema. E, eu sei, faltou citar outros dos seus favoritos. Faltou também espaço.

Imagem mostra capas de laser disc, musicais de Hollywood oriundos da Broadway: “Adeus, Amor”, “Cabaré”, “Charity, Meu Amor”, “Nos Tempos da Brilhantina”, “My Fair Lady” e “Em Busca de um Sonho”
Em laser disc, musicais de Hollywood oriundos da Broadway: “Adeus, Amor”, “Cabaré”, “Charity, Meu Amor”, “Nos Tempos da Brilhantina”, “My Fair Lady” e “Em Busca de um Sonho” --- Heloisa Seixas - Heloisa Seixas

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.