Mesmo no mundo das cervejas artesanais existem aquelas mais consolidadas, que você encontra nos melhores bares especializados e até em mercados, e aquelas que conseguem uma torneira ou um espaço na geladeira nas casas do gênero, mas ainda buscam se firmar no meio de tanto rótulo.

Mas tem também as nanocervejarias, novatas e com produções ainda mais modestas, porém, prontinhas para serem descobertas em lugares muitas vezes fora da rota. É  o caso da Cerverbaria, que já está com três rótulos na praça: a weiss Epistolar, a lager Poética e a india pale ale Capotão, o carro-chefe da marca.

Em garrafas de 500 ml, elas chamam logo a atenção por uma peculiaridade: todas trazem pequenos e divertidos textos, de autores brasileiros contemporâneos, como Alice Ruiz, André SantAnna, Joca Reiners Terron, Tati Bernardi e Antonio Prata os dois últimos, colunistas desta Folha, entre outros.

Fizemos uma espécie de curadoria desses autores a partir de nossa experiência com a literatura, diz André Rosemberg, sócio da Cerverbaria ao lado de Caroline Freire, ambos alunos de literatura criativa em uma pós-graduação.

Lançada durante a Flip do ano passado, a cerveja produz cerca de 2.000 garrafas por mês entre os três rótulos, e a cada lote incorporamos novos autores, lembra Rosemberg, que assina um dos textos da Capotão.

Aliás, em ano de Copa, a IPA terá atenção especial os mais jovens talvez não conheçam, mas era com bolas de capotão que a turma hoje na casa dos 40 anos jogava na infância, incluindo este escriba.

CAPOTÃO
Historietas de Natalia Timerman ou André SantAnna  fazem tabelinha com essa IPA de amargor na medida, aroma cítrico e teoralcoólico moderado.

Teor alcoólico 5,5%. R$ 22 (500 ml), no Old Cut, tel. 5505-0818.

POÉTICA
Uma lager refrescante, como deve ser, dourada, bem equilibrada, consumida com doses de poemas de Alice Ruiz ou Joca Reiners Terron em seus rótulos.

Teor alcoólico: 5%. R$ 25 (500 ml), no Lira Bar, tel. 2528-3786.