Sandro Macedo

Formado em jornalismo, começou a escrever na Folha em 2001. Passou por diversas editorias no jornal e atualmente assina o blog Copo Cheio, sobre o cenário cervejeiro, e uma coluna em Esporte

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Descrição de chapéu basquete

De Stephen Curry a CR7, vivemos a era dos recordes

Quem cresceu no início deste século deve ser um torcedor muito mal acostumado

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Se você, amigo leitor, que gosta de acompanhar esportes em geral, resolver passar uma semana bucólica no campo, desconectado de tudo, corre o risco de perder um recorde histórico ser quebrado em alguma modalidade. Sim, eles são quebrados aos borbotões nos dias de hoje. Quem cresceu no início deste século deve ser um torcedor muito mal acostumado. Mimado mesmo.

O mais recente veio da NBA, com Stephen Curry. O astro do Golden State Warriors bateu a marca de 2.973 cestas de 3 pontos que pertencia a Ray Allen, presente no jogo da quebra. Depois, ainda fez mais algumas para fechar a partida contra os Knicks com 2.977.

Stephen Curry celebra após marcar a cesta de três que o fez quebrar o recorde da NBA - Al Bello - 14.dez.21/Getty Images/AFP

Reggie Miller, o terceiro colocado e grande nome do Indiana Pacers dos anos 1990 —não foi campeão porque, em seus melhores anos, tinha um tal de Michael Jordan em outro time—, comentou que a marca de Curry "nunca" será alcançada.

O comentário de Miller faz todo sentido, já que Curry não parece que vai se aposentar amanhã ou depois. O problema é que Steph revolucionou o jogo da NBA com seus tiros de 3 pontos de tal maneira que a nova geração já entra na liga mais acostumada aos arremessos de longa distância. A ver.

Fãs de tênis são os mais sortudos: viram Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic (ordem de preferência) colocarem praticamente todos os recordes da ATP no bolso.

Na F1, Lewis Hamilton, que já era o recordista, superou o número 100 tanto em vitórias quanto em poles. Quem viu Ayrton Senna correr diria que "nunca" alguém superaria suas 65 poles (Schumacher depois fez 68). Aqui entre outras coisas, incluindo a carreira interrompida do brasileiro e o talento de Hamilton, claro, é preciso destacar o pecado capital da ganância por parte dos organizadores, que aumentaram o número de provas, dando mais chance a novos recordistas. Neste ano foram 22 GPs contra 16 em 1988, primeiro título de Senna, por exemplo.

No futebol, então, tem recorde quebrado quase toda semana. Cristiano Ronaldo entra em campo e tem algum recorde ameaçado. É o recordista de gols oficiais, com mais de 800, é o maior artilheiro da Champions League e é o maior goleador por seleções —consequentemente, o número 1 também da seleção portuguesa, com 115 gols. Em todos eles, Messi está ali perto, jogando tão bem quanto, mas sem o mesmo "posicionamento artilheiro" de CR7.

Aliás, falando em gols por seleção, a geração atual tem o privilégio de ver os maiores goleadores de quase todas que valem a pena. Aqui, de novo, graças ao olho gordo dos organizadores, que inflaram ou criaram torneios.

O Brasil, por exemplo, jogou quatro partidas para se classificar na Copa de 1986. Agora, são 18 jogos por Eliminatórias Sul-Americanas. Haaaja Venezuela x Bolívia, amigo.

Maior artilheiro da Argentina? Messi. Da Alemanha? Klose, que jogou até outro dia. Da Bélgica? Lukaku. Da Polônia? Lewandovski. Da Inglaterra? Wayne Rooney, com 53 gols, mas Harry Kane já tem 48 e está em terceiro, com um gol a menos que Bobby Charlton —ou seja, está a um duelo contra Liechtenstein ou San Marino de ser o maior da história.

Na seleção brasileira o recorde ainda é de Pelé, com 77 gols em 92 partidas. Neymar já tem 70, em 116 jogos, e deve se tornar o número 1 —a CBF poderia marcar um amistoso com San Marino para resolver isso logo.

Até Giroud, um dos artilheiros mais… elegantes do futebol, pode se tornar o maior da história da França. Sim, sim. Esqueça Zidane (31 gols) ou Platini (41). Giroud já tem 46 gols e está a 5 de Thierry Henry. Quem diria…

Mas há, sim, um recorde inquebrável! Roberto Dinamite, maior artilheiro do Campeonato Brasileiro com 190 gols. O mais próximo e ainda em atividade é Fred, atualmente no Fluminense, com 158. Aos 38 anos, Frederico não parece ter gás para alcançar a marca. Ou tem?

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