O número de coincidências entre o Mundial de Clubes de 2012 da Fifa, último conquistado por um não europeu, o Corinthians, e o Mundial atual deve fazer astrólogos, numerólogos, adivinhólogos e chutólogos subirem na parede.
A maior de todas é óbvia, o rival: Chelsea. E muitos rapidamente foram comparar os Blues de 2012 com os Blues de 2022, com ampla vantagem para o time atual —pior para o Palmeiras.
Aquele Chelsea de 2012 já estava até eliminado da Champions League corrente e trocou o técnico pouco antes do torneio. Quem comandou o time no Japão foi Rafa Benítez, melhor técnico para brasileiros na história do Mundial.
O time atual é melhor individualmente, e muuuito melhor coletivamente —e isso não diminui um centímetro da façanha do Corinthians.
Para completar o alinhamento dos astros, o Palmeiras também enfrentou o mesmo Al Ahly na semifinal —e sofreu bem menos em campo, com uma vitória por 2 a 0; o Corinthians, numa noite gelada testemunhada por este escriba, fez 1 a 0.
Mas se é claro que o Chelsea atual é melhor, quem você escolheria em um mano a mano entre o Corinthians do Japão e o Palmeiras de Abu Dhabi?
No gol dava para fechar o olho e escolher qualquer um. Cássio foi terceiro goleiro na Copa de 2018 e poderia ter sido já em 2014; Weverton será o terceiro goleiro na Copa deste ano. Empate técnico.
Pensando em uma linha defensiva com quatro jogadores, entre os laterais, o time alvinegro tinha Alessandro e Fábio Santos, o de vida eterna; o time alviverde joga com Marcos Rocha e Piquerez. Neste guichê, ficamos com Alessandro do lado direito e Piquerez do lado esquerdo —o uruguaio oferece outras opções táticas que podem ser úteis nos 90 minutos.
Dos quatro zagueiros —Chicão, Paulo André, Gustavo Gómez e Luan—, o Palmeiras tem o melhor, Gómez, e o pior, Luan (que fez boa partida contra o Al Ahly). Deixaria o paraguaio com Chicão, que também fazia golzinhos de falta.
Dupla de volantes, sem pensar muito: o jovem Danilo, do Palmeiras, e o ofensivo Paulinho, do Corinthians, com todo respeito aos descartados Ralf e Zé Rafael.
Na parte ofensiva, o Corinthians tinha Jorge Henrique e Emerson, com o peruano Guerrero mais centralizado —o homem do gol do título. O Palmeiras tem Raphael Veiga e Dudu, com Rony correndo por todos os lados. Vou de Dudu e Veiga —que merecia chance na seleção—, complementados por Guerrero. O peruano não tem a mobilidade de Rony, nem desperdiça as chances de Rony.
E tem o 11º homem, quase um coringa, que pode jogar atrás, no meio, na frente, na bola parada e na bola rolando. O do alvinegro era o já experiente Danilo, o do alviverde é Gustavo Scarpa.
Apesar de toda a versatilidade do palmeirense, Danilo foi monstruoso no Mundial de 2012. Parecia que corria menos que todos os outros 20 jogadores de linha e sempre estava no lugar certo. Era quase um técnico em campo.
Então vamos lá, os "11 fantásticos" em campo seriam: Weverton/Cássio, Alessandro, Gómez, Chicão e Piquerez; Danilo (do Palmeiras) e Paulinho; Dudu, Danilo (do Corinthians) e Raphael Veiga; e Guerrero. Hmmmm, e o técnico?
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