Sandro Macedo

Formado em jornalismo, começou a escrever na Folha em 2001. Passou por diversas editorias no jornal e atualmente assina o blog Copo Cheio, sobre o cenário cervejeiro, e uma coluna em Esporte

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Castigar atletas por guerra na Ucrânia parece hipocrisia

Esportistas chineses nunca foram reprimidos, por exemplo, por controle de Hong Kong

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Há poucos dias, um russo conseguiu um feito que parecia impensável nos últimos anos: Daniil Medvedev se tornou o tenista número 1 do ranking mundial. Antes, parecia que alguém só destronaria o antivacina Novak Djokovic do topo após o sérvio adotar muletas ou um andador.

No mesmo dia em que Medvedev garantiu o topo, a Rússia invadia a Ucrânia. O tenista comemorou discretamente ao dizer: "A gente entende que o tênis às vezes não é tão importante assim. Eu acordei com uma mistura de emoções dentro de mim".

Nesta semana, a tenista ucraniana Elina Svitolina abandonou um torneio da WTA (a associação feminina) por se recusar a jogar contra a russa Anastasia Potapova. A ucraniana pede que as associações de tênis sigam o exemplo do COI (Comitê Olímpico Internacional) e passe a denominar atletas russos e belarussos como "atletas neutros", sem bandeira ou qualquer símbolo que remeta à pátria. Isso significa que o líder do ranking masculino seria um "neutro", algo tão inédito quanto significativo. E sem punir os atletas. Medvedev continua no circuito.

Daniil Medvedev pode se tornar um líder "neutro" do ranking - Pedro Parado/AFP

Nas Paralimpíadas, estão punindo os atletas. Russos e belarussos, até nova ordem, estão proibidos de competir. Castigar atletas parece uma certa hipocrisia. Atletas chineses nunca foram reprimidos enquanto a China usava seu poderio para controlar Hong Kong, por exemplo. Curiosamente, a punição aos atletas paralímpicos russos acontece em solo chinês, onde ocorrem os Jogos Paralímpicos de Inverno.

No futebol, um dos principais jogadores ucranianos da atualidade deu uma forte declaração nas redes sociais, Alex Zinchenko, lateral esquerdo que normalmente fica na reserva do Manchester City, mas é um dos principais jogadores de sua seleção.

Primeiro, Zinchenko precisou se defender de alguns ataques idiotas nas redes que dizem que ele é um jogador "criado na Rússia", pelo fato de ele ter se profissionalizado no FC Ufa, de onde saiu para o City. O jogador lembra que recebeu sua formação futebolística "na academia da bela cidade ucraniana de Donetsk".

Zinchenko não usa a palavra "Rússia" na mensagem, apenas "país agressor". E explica por que é favorável às sanções. "O mal deve ser punido em todas as áreas acessíveis à sociedade. Vamos bater em suas portas com sanções ainda mais agressivas do que você faz quando cruza a fronteira do nosso estado com armas. Parar a ocupação é o principal e único objetivo."

Por fim, Zinchenko pede que os próprios jogadores russos famosos se manifestem. "Eu sei que o pensamento da oposição está sendo punido em seu país, mas, quando a oposição se torna a maioria, ela começa a estar no poder. Portanto, todas as pessoas que não querem a morte e o ódio no mundo devem gritar alta e claramente sobre isso. Não se deve ter medo de punições mesquinhas quando a vida humana está em jogo."

Já na F1, a Haas tenta sobreviver sem o apoio de seu patrocinador russo, o que pode inviabilizar a continuação do russo Nikita Mazepin na equipe. E o que a F1 perde sem Mazepin? Batidas.

No nosso mundinho, quando terminar o ano e começarmos a pensar na retrospectiva dos jogos mais emocionantes de 2022, Guaraní-PAR 2x3 América-MG, pela pré-pré-Libertadores, terá que entrar no top 5. O time perdia por 2 a 0, no Paraguai, até os 14 minutos do segundo tempo. E venceu por 3 a 2 com gol nos acréscimos para levar o jogo para os pênaltis. Nas cobranças, perdia por 4 a 2 e virou para 5 a 4, com direito a defesa do quarentão Jailson, o goleiro não contratado pelo Cruzeiro.

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