Vai começar o Campeonato Brasileiro. Uhu. Isso porque os estaduais para os clubes da Série A finalmente acabaram… Ou quase. Neste fim de semana o Fortaleza fará o primeiro jogo da final do Cearense diante do destemido Caucaia. Depois de centenas de duelos de estaduais pelo país, é possível cravar que três ou quatro jogos foram realmente bons.
E, antes mesmo de começar o campeonato nacional, os times das duas principais torcidas do país já estão em crise. O Corinthians, porque perdeu meses com um técnico que não queria e, quando encontrou um português para chamar de seu, colocou o moço para trabalhar só em gelada. Ou é clássico ou é jogo decisivo. E ainda pegou uma estreia na Libertadores com tudo para dar always errado. E deu.
Já o Flamengo até ganhou na estreia da Libertadores. A crise é porque o professor luso Paulo Sousa usou o estadual para escalar 487 jogadores diferentes em busca do time ideal, o que começou a irritar alguns. A cereja do bolo foi perder o Carioquinha para o Fluminense jogando mal. A derrota escancarou uma crise no vestiário.
Mas vamos ao Brasileiro. Primeiro, Roberto Dinamite manterá sua artilharia histórica intacta, com 190 gols. O único homem capaz de ultrapassá-lo seria Fred, 32 gols atrás. Mas é improvável que Frederico consiga jogar até o fim do ano com quase um gol por partida no torneio. Deve se aposentar com a honrosa vice-artilharia —e o primeiro lugar se considerarmos só a era dos pontos corridos.
Dos 20 técnicos que começam a Série A, 9 são estrangeiros, o que significa quase 50% de chances matemáticas de que um deles seja o campeão. E que tem 100% de chance de pelo menos uns três deles perderem o emprego. Aposto em 20 demissões (ou comum acordo) na temporada. E Renato Gaúcho vai ser sondado umas três ou quatro vezes.
O Brasileiro tem de terminar antes da Copa do Mundo. Então, são 38 rodadas em 32 semanas, com torneios continentais para a maioria e ainda Copa do Brasil para 18 deles (Avaí e Internacional conseguiram eliminações precoces). Isso significa a garantia de que teremos reclamação de calendário em toda entrevista coletiva. Só o Avaí tem semana livre entre as rodadas. Seria o favorito? Não.
Os favoritos são os mesmos Atlético Mineiro, Flamengo e Palmeiras (ordem alfabética). Alguns querem tirar o rubro-negro da lista e chamá-lo de terceira via. Injustiça precoce.
Moro pode ser terceira via, Ciro pode ser terceira via, Renato Gaúcho pode ser terceira via, Paulo André (o atleta do BBB) pode ser terceira via, mas o Flamengo é primeira via, mesmo com técnico se estranhando com um ou outro no elenco, mesmo com amiguinhos do time brigando, mesmo com dirigente petrolando.
No entanto, a tabela inicial do Flamengo não é das mais fáceis. Nas quatro primeiras rodadas, Paulo Sousa e seus blue caps enfrentam o intrépido Atlético-GO (fora), São Paulo (casa), Palmeiras no meio de semana (casa) e Athletico-PR (fora). São pedrinhas no sapato que podem dar algum indício do que o time mais rico do país vai fazer no campeonato.
Atual campeão, o Atlético Mineiro tem elenco numeroso, talento individual e o incrível Hulk, mesmo que o técnico El Turco ainda não tenha impressionado.
Já o Palmeiras larga com o melhor entrosamento da Série A e com o doping positivo de uma vitória histórica na final do Paulista. O problema parece ser o elenco curto. A ver quanto o professor de cabeça fria vai conseguir rodar e poupar o elenco.
E a quarta força? Poderia ser o Corinthians, o São Paulo, o Fluminense, mas nenhum deles começa com cara de que vai incomodar muito. Boa sorte a todos os envolvidos.
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