Batatinha assando 1, 2, 3. Se você achou que os personagens morriam muito rapidamente em "Round 6", série de maior sucesso da Netflix no ano passado, pense de novo. No Campeonato Brasileiro, a carnificina é semelhante.

Bastou o primeiro dos 38 episódios do ano para acontecerem as duas primeiras eliminações entre os 20 professores dos times da Série A. Nem BBB é tão rápido. Marquinhos Santos, do América-MG, e Alberto Valentim, do Athletico-PR, perderam a cabeça. Curiosamente, dois clubes que atropelaram muitos favoritos para conseguir duas vaguinhas na fase de grupo da Libertadores. E aí, quando você pensa que eles acertaram no planejamento, boom…

Na semana passada, fiz uma previsão inocente de que o campeonato deste ano teria 20 demissões. Era para ser só um exagero, mas começo a achar que o chute foi humilde. E agora os estrangeiros empataram a corrida: dos 18 sobreviventes, restam 9 brasileiros e 9 forasteiros.

O caso de Valentim, campeão da Sul-Americana de 2021, é impressionante. Provavelmente o treinador conseguiu uma façanha que desafia os melhores nomes do futebol mundial, e os piores também. Ele foi demitido na primeira rodada da Série A DOIS ANOS SEGUIDOS. Isso mesmo. No ano passado, o garboso treinador estava no Cuiabá e foi mandado embora depois de um singelo empate na primeira rodada diante do Juventude.

Duas demissões, dois anos consecutivos, mesmo campeonato, após uma mísera rodada... Podem ligar para o Guinness World Records. Difícil imaginar alguém batendo essa marca. Mas algo me diz que Valentim ainda voltará à ação antes do 38º episódio desta temporada.

Entre os nomes ventilados para o lugar de Valentim, surgiram Sylvinho e Fábio Carille. Línguas compridas dizem que até Felipão foi sondado. Fecharam com Carille.

No caso do América, o substituto foi escolhido rapidamente, Vagner Mancini, o que prova que a diretoria é rápida no gatilho para matar, mas, ao mesmo tempo, sabe exercitar o perdão. Afinal, foi o mesmo Mancini que preferiu deixar o mesmo América na mão no meio do campeonato passado para salvar (só que não) o Grêmio.

Duas demissões, duas contratações, e, pasmem, ninguém falou de Renato Gaúcho, o técnico mais desejado do Brasil na era a.J. (antes de Jesus). Quem sabe Renato volte ao noticiário agora que chegamos ao fim da Quaresma... Melhor esperar até depois do Carnaval - parte 2, o desfile.

Sai ano, entra ano, e o que marca o Round 38-Brasileiro é a instabilidade. Prova disso é o início de São Paulo e Corinthians. O primeiro, que vinha de um massacre na final do Paulistinha, massacrou na estreia; o segundo, cobrado pelo fraco rendimento do time e dos craques veteranos, soube se impôr fora de casa, com partidaça de Willian, que jogou em ritmo de Premier League.

Como diria o filósofo Lulu Santos, "tudo muda o tempo todo, como uma onda no mar". Só há uma constante nos últimos dois anos de Brasileiro: Hulk.

VARgonha

Impressionante a Conmebol, com o dinheiro que tem, com o poder que tem (são capazes de interromper até toque de recolher por uma pelada), não colocar o VAR na primeira fase da Libertadores. Se bem que talvez seja até melhor, um juiz a menos para errar.

Pesadelo com ‘r’

Tive um pesadelo com Galvão Bueno narrando os 8 a 1 do Palmeiras contra o Independiente Petrolero. Já pensou? Zé Rrrrrafael; Rrrrrafael Navarrrrrro; Rrrrrafael Navarrrrro de novo; quaaatro vezes Rrrrrafafel Navarrrrro; Rrrrroni; Rrrraphael Veiga, que golaço; Rrrrraphael Veiga, olha o que ele fez. Aliás, sete gols de Rafael (ou Raphael) no mesmo jogo também devem ser dignos de Guinness.