Os números são alarmantes. Nos Estados Unidos, quase 4 milhões de cães entram nos abrigos todos os anos. E, deles, 31% são eutanasiados por falta de adotantes.

Diante desse cenário, conseguir alguém disposto a levar para casa cada um desse cães é a missão de vida de muitos voluntários. Uma preocupação que já se reflete na produção de pesquisas científicas.

Só em janeiro foram publicados dois estudos cujos objetivos são, exatamente, avaliar que tipo de intervenção pode aumentar a chance de adoção desses animais.

O primeiro levantamento chama a atenção para os nossos preconceitos. Quatro cães foram fotografados sentados e também em pé, com e sem um acompanhante humano. As imagens foram mostradas a voluntários, que deveriam classificar como agressivo, amigável e adotável o animal retratado.

Resultado: como esperado, o golden retriever foi considerado mais amigável que o doberman, o pit bull e o rottweiler. E os cães foram tidos como mais adotáveis nas imagens em que aparecem andando. Isso sem que nada fosse dito aos voluntários sobre os animais.

No segundo estudo, feito pelas universidades da Flórida, do Texas e do Arizona em conjunto, os pesquisadores consideraram que cães que latem demais e são muito agitados têm menos chance de adoção.

O grupo testou, então, como eles reagiam à aproximação de potenciais adotantes após 15 minutos de exercícios ou de sessões de interação leve nelas, os animais eram levados para uma sala próxima e recebiam carinho e ouviam a voz do pesquisador, sempre em um tom mais ameno.

Em ambos cenários, o comportamento dos cães melhorou em quase todos os quesitos tidos como desfavoráveis à adoção. A conclusão pode mudar a vida nos canis e ajudar encontrar um novo lar para os animais. Carinho e exercício facilitam a adoção.