Sílvia Corrêa

É jornalista e médica veterinária, com mestrado e residência pela Universidade de São Paulo.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Sílvia Corrêa
Descrição de chapéu animais pets

Pets reduzem estresse e aumentam bem-estar dos pacientes em hospitais

Bichos podem auxiliar na recuperação de pessoas hospitalizadas
Bichos podem auxiliar na recuperação de pessoas hospitalizadas - Rodrigo Fortes

Contra fatos, não há argumentos.

O primeiro fato: pacientes que apresentam imunossupressão, seja pela presença de doença subjacente (como Aids e câncer), seja pela administração de remédios (como quimioterápicos ou corticoides), têm maior risco de contrair infecções graves, algumas das quais transmitidas por animais.

O segundo fato: a lista de doenças transmitidas por cães e gatos é extensa, sendo o maior risco oriundo das infecções causadas por mordidas, mas não podendo ser ignorados os vermes e as doenças fúngicas.

O terceiro fato: apesar do risco de zoonoses, animais de estimação têm enorme papel na manutenção da saúde humana, reduzindo o estresse e aumentando o bem-estar, demandas corriqueiras na vida dos pacientes em geral -incluindo entre eles os imunossuprimidos.

É por isso que as visitas dos animais de estimação já são aceitas em muitos hospitais particulares e que, há alguns dias, o prefeito João Doria (PSDB) sancionou a lei que admite a visita de pets a pacientes internados na rede municipal de saúde.

É claro que há risco! Mas, diante dos comprovados benefícios para o doente, o melhor caminho é criar regras para que esse convívio seja possível. E isso vale tanto para pacientes que querem ter animais em casa como para aquelas famílias que desejam levar o bicho para as visitas hospitalares.

O primeiro passo é que esses animais sejam mansos, o que reduz o risco de mordidas. Se isso acontecer, a terapia com antibióticos deve ser adotada imediatamente.

O segundo e necessário pré-requisito é que o animal esteja vacinado, vermifugado, seja alimentado com ração comercial cozida, banhado semanalmente e acompanhado por um médico veterinário.

Esses bichos também não devem ter acesso à rua, para evitar que consigam caçar, que tenham contato com urina de rato ou que se relacionem com animais cujo estado de saúde é desconhecido.

Se o humano doente for limpar fezes e urina do animal, deve usar luvas. E precisa lavar as mãos sempre que manusear os utensílios do bicho.

A experiência em grandes hospitais do país já é clara: para ajudar a saúde de pacientes imunocomprometidos, vale mais adotar cuidados rigorosos de higiene e prevenção (para o humano e o bicho) do que limitar o contato com o animal de estimação

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.