Sílvia Corrêa

É jornalista e médica veterinária, com mestrado e residência pela Universidade de São Paulo.

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Sílvia Corrêa
Descrição de chapéu animais

Estudo aponta redução de aves: 1 em cada 8 espécies corre risco de extinção

Rodrigo Fortes

Já imaginou um mundo sem aves? Soa exagerado… Mas, no ritmo que as coisas vão, caminhamos para isso.

Das quase 11 mil espécies de aves existentes no mundo, 40% registraram redução de população nos últimos 30 anos. E, para 1.469 dessas espécies, a redução foi tão drástica que hoje elas correm risco de sumir do mapa. Ou seja: uma de cada oito espécies de aves está ameaçada de extinção.

Os dados constam no relatório “State of the World’s Birds”, divulgado nessa semana pela ONG Bird Life International, a partir da análise de informações coletadas desde 1988.

O levantamento faz um ranking das causas da matança e aponta para um vilão silencioso: o avanço da agropecuária, que desmata a vegetação nativa e contamina o ambiente, ameaça 74% das espécies de aves.

É o caso do tico-tico de coroa branca, que vive na Europa e na América do Norte. Ele se alimenta dos grãos das plantações, mas os inseticidas têm intoxicado os animais, que perdem a orientação migratória.

Depois da agropecuária, aparecem como responsáveis pela extinção de aves a exploração madeireira (50%) e a introdução de espécies invasivas (39%). A caça responde pelo risco imposto a 35% das espécies, e as mudanças climáticas afetam 28% delas.

A estimativa é que nos últimos 500 anos 183 espécies de aves tenham desaparecido. Desde o final do século 20, três delas já sumiram da natureza: a ariranha azul do norte da Bahia (que ainda existe em cativeiro) e duas espécies nativas do Havaí.

Cada vez que a lista é feita, aumenta o número de espécies em risco. Aos poucos, a extinção deixa de assombrar apenas as populações exóticas de ilhas remotas e chega aos pequenos e familiares pássaros de nossas cidades.

Se ainda há quem pense que extinção é coisa de dinossauro, o relatório mostra que ela está acontecendo agora, bem debaixo dos nossos olhos.

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