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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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Um gesto, um olhar, e tudo muda

PSG poderia ter vencido, já que houve chances de gols para os dois lados

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Cristiano Ronaldo e Neymar se abraçam após vitória do Real Madrid sobre o Paris Saint-Germain
Cristiano Ronaldo e Neymar se abraçam após vitória do Real Madrid sobre o Paris Saint-Germain - Gabriel Bouys/AFP

Temos o hábito de procurar uma causa que explique os resultados e as atuações das equipes, como estratégias, escolhas e substituições feitas pelos treinadores, o desempenho de jogadores, árbitros e auxiliares ou mesmo o acaso, a sorte e os mistérios. Os motivos, como regra, são múltiplos.

Além do erro do técnico do PSG, Unai Emery, ao escalar, mais uma vez, o jovem e habilidoso meia Lo Celso de volante, do acerto de Zidane ao colocar, durante o jogo, dois meias rápidos pelos lados, saindo Casemiro, da tradição de vitórias do time espanhol e da eficiência de Cristiano Ronaldo, outros fatores imprevistos ocorreram na vitória do Real Madrid, por 3 a 1.

Por causa de detalhes, os dois últimos gols do Real poderiam ter sido do PSG, já que havia um equilíbrio técnico, com chances mais ou menos iguais para os dois lados. Se Daniel Alves tivesse tocado a bola, que passou a uns 30 centímetros diante dele, quase na linha do gol, quando o jogo estava 1 a 1, se o árbitro tivesse marcado o pênalti a favor do time francês, o PSG poderia ter vencido, o técnico seria elogiado por colocar Daniel Alves mais à frente, a atuação de Neymar seria bastante valorizada e o Real seria criticado.

Neymar criou umas quatro chances de gol, deu dois ótimos e decisivos passes e também errou em alguns momentos ao tentar o drible quando deveria passar a bola.

Por ser ambicioso e autossuficiente, características muitas vezes positivas, Neymar, em algumas situações, exagera nos dribles e toma as decisões erradas. Mesmo assim, é enorme o número de passes para gol dados por ele no Santos, no Barcelona, no PSG e na seleção. Neymar gosta do drible artístico, dos efeitos especiais, mas dizer que é um firuleiro e que só joga para ele é falta de bom senso.

Cartesiano

Com Roger Machado, Miguel Borja tem sido aproveitado no que sabe fazer bem, partir em velocidade para receber a bola à frente. No empate com o Linense, o Palmeiras mostrou, novamente, ser um time tático, organizado, cartesiano, que recua e se posiciona bem quando perde a bola. Falta um pouco de loucura, de pressão no adversário, para tentar recuperar a bola mais à frente. Isso é fundamental. Não confundir com a marcação individual usada por Cuca, com um marcador atrás do adversário por todo o campo.

Roger deu uma boa entrevista no programa Bola da Vez, da ESPN Brasil. Ele une o conhecimento acadêmico, às vezes, com uma linguagem excessivamente operatória, com a prática, pois, quando jogador, era um observador que já pensava em ser treinador. Porém, não respondeu à pergunta sobre qual é a função de Zé Roberto, que foi seu contemporâneo como atleta e que passou a ser auxiliar, antes da chegada do técnico.

Aumentou muito nas comissões técnicas dos clubes e da seleção a presença de ex-atletas e/ou de parentes dos treinadores. Como ninguém explica bem, fica a dúvida sobre quais são as funções desses profissionais. Evidentemente, muitos deles são bem preparados, enquanto outros parecem ter sido indicados por proximidades afetivas e/ou como uma homenagem ou um gesto de amizade.

A troca de favores, a formação de patotas e o nepotismo são males que devastam o país. Pior, isso desestimula os profissionais sérios a se prepararem bem, pois, com frequência, os escolhidos não são os que mais merecem.

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