Tostão

Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Tostão

Nesse domingo, como faço sempre, sentei-me na poltrona, para assistir aos jogos dos estaduais. Foi duro de ver. Se as equipes completas já são fracas, imagine os times reservas, ainda mais com várias partidas em estádios com gramados ruins. Já que insistem em manter os longos estaduais, por interesses políticos ou financeiros, pelo menos, deveriam fazer algo melhor, sem enganar o torcedor/consumidor.

Enquanto isso, o presidente da CBF, Del Nero, suspenso pela Fifa e sem viajar, com medo de ser preso, determinou, em uma tramoia diurna (antes, era na calada da noite), seu sucessor, com o apoio de quase todas as federações. Acabou a vergonha.

Na semana passada, li mais um delicioso livro de José Trajano, “Os Beneditinos”. Trajano, com sua independência, originalidade, espontaneidade e coerência, faz muita falta à crônica esportiva.

A convocação da seleção, divulgada na segunda-feira pela manhã, já foi comentada um milhão de vezes, mas, como não dei minha opinião, insisto no assunto. Além de Thiago Silva, que, no mínimo, está no mesmo nível de Miranda, há outros três jogadores (Fernandinho, Firmino e Willian), reservas nas eliminatórias, que podem se tornar titulares na Copa.

Apesar de Fernandinho atuar melhor na posição de Casemiro, os dois podem formar uma dupla, ainda mais se Tite mudar o sistema tático, como tem ensaiado, passando o time a jogar com dois volantes, três meias e um centroavante.

Como Coutinho atua da direita para o centro, abre-se espaço na ponta para Daniel Alves avançar, mas ele é hoje muito mais um lateral marcador e armador. Com Willian pela direita e Coutinho, pelo centro ou pela esquerda (sem Neymar), o time passa a ter um ponta agressivo, driblador, em grande forma e que joga aberto. Isso dá mais amplitude ao time, mais uma palavra da moda.

Pelos fatos de Firmino não ter brilhado em nenhum time brasileiro e de Gabriel Jesus ser tratado como um jovem prodígio, mesmo sendo reserva do Manchester City, a maioria não aceita a possibilidade de Firmino ser o titular.

O Brasil terá, na Copa, 18 jogadores com grandes chances de atuar. São os 11 titulares das eliminatórias, mais Thiago Silva, Fernandinho, Willian e Firmino, além dos reservas para o gol (Ederson) e para as laterais (Danilo, o mais provável, ou Fagner e Filipe Luís ou Alex Sandro). Os outros cinco (foram chamados sete para estes amistosos) terão pouquíssimas chances de jogar, pois não são os primeiros reservas.

Discordo de vários jogadores convocados por Tite, como Neto, Rodrigo Caio, Taison, Talisca e Willian José, mas há pouca diferença entre eles e os que estão cotados e que ficaram fora, até porque nenhum deles deve jogar

Luan, mesmo não sendo o primeiro reserva, deveria estar presente. Ele não foi chamado porque não existe, na seleção, a posição que ele ocupa no Grêmio, de ponta de lança, à moda antiga, livre no campo e formando dupla com o centroavante. Ele poderia ser ainda o segundo reserva, da direita para o centro, como Coutinho, ou como atacante mais adiantado, como atuava no Grêmio, com o técnico Roger.

A justificativa de convocar Willian José, porque ele é um clássico centroavante, grandalhão e bom na jogada aérea, não convence. Firmino e Gabriel Jesus, além de serem eficientes cabeceadores, são muito bons porque não são clássicos centroavantes.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.