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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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Descrição de chapéu Copa do Mundo

Se Neymar bobear, Mbappé fura a fila

Mesmo sem Brasil e Espanha empolgarem, vejo as duas com mais chances de decidirem o título

Belo Horizonte

Cristiano Ronaldo e Messi estão fora da Copa. França e Uruguai se enfrentam nas quartas de final. A diferença de um gol foi pouca para a superioridade da França sobre a Argentina. A escalação de Messi de centroavante foi inútil e incorreta. Ele jogou bem desta forma no Barcelona, mas um time não tem nada a ver com o outro. Mesmo assim, Messi participou de dois dos três gols da Argentina. Mbappé foi o destaque.

Xavi disse, meses atrás, que Neymar é o herdeiro de Cristiano Ronaldo e Messi e que Mbappé será o herdeiro de Neymar. Se Neymar bobear, o francês fura a fila. Ele une muita velocidade, habilidade e técnica.

Mbappé comemora gol na vitória da França contra a Argentina nas oitavas da Copa
Mbappé comemora gol na vitória da França contra a Argentina nas oitavas da Copa - Franck Fife/AFP

Como se esperava, Uruguai e Portugal fizeram um jogo equilibradíssimo. Muita marcação, duas chances para cada lado, dois gols de Cavani e um de Pepe. O meio-campo do Uruguai melhorou muito, individualmente, em relação às eliminatórias e aos últimos anos, com o aparecimento de bons armadores. É emocionante ver o técnico Óscar Tabárez, de 71 anos, levantando-se com dificuldade do banco, com sua bengala. Ele é, literalmente, um mestre, pois foi professor, durante longo tempo, de crianças em escola pública.

A Croácia é melhor que a Dinamarca, por ter dois excepcionais armadores (Modric e Rakitic), enquanto a Dinamarca tem um (Eriksen), que é mais um meia ofensivo. A Croácia está bem, mas não vi tanto brilho, como disseram.

A Espanha é favorita contra a Rússia, porém, há sempre uma esperança de que o time da casa, empurrado pela torcida, tenha uma atuação heroica. É muito gostoso ver a Espanha jogar, pela troca de passes, pela habilidade e pela criatividade dos armadores. Porém, nenhum deles tem o hábito de fazer gols, além de driblarem pouco, perto da área adversária. Tentam, quase sempre, a troca de passes. Há uma dependência de Diego Costa.

 

Antes de começar o Mundial, escrevi que Brasil e Espanha estavam um pouco à frente de outros favoritos. Após a primeira fase, mesmo sem Brasil e Espanha empolgarem, vejo as duas com mais chances de decidirem o título, pela qualidade dos adversários na sequência dos jogos.

 

A Bélgica, o time que tem mais agradado, deve enfrentar o Brasil nas quartas de final. Será jogo duro, igual. Uruguai e França são também candidatos ao título. Se Brasil, Espanha e/ou Bélgica perderem nas oitavas, direi que futebol é uma caixinha de surpresas.

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