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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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O bem-vindo VAR é usado no Brasil para mudar o que fizeram certo

Árbitros precisam ser criticados, muitos são ruins, mas é preciso respeitar limitações

Inter x Santos ficou oito minutos parado por conta de lance duvidoso
Inter x Santos ficou oito minutos parado por conta de lance duvidoso - Rodrigo Ziebell/FramePhoto/Folhapress

Hoje é dia de futebol, na Liga dos Campeões da Europa e na Libertadores. Começou na tarde desta terça (23) e só termina à noite. O futebol é mais que um esporte, é um vício.

Nesta terça, a Juventus, fora de casa, ganhou do Manchester United, por 1 a 0. Os dois técnicos, Allegri e Mourinho, adoram uma defesa e um contra-ataque, à la brasileira.

O Barcelona em casa, sem Messi, enfrenta a Inter de Milão. Contra o Sevilla, Messi caiu e fraturou o braço, depois de dar mais um belíssimo recital, para ficar registrado na história. A eternidade é pequena para seu imenso talento. Maior que ele só Pelé, que, também na terça, fez 78 anos.

Não esqueço seu olhar expressivo durante o jogo, que dizia, sem palavras, tudo o que faria antes de a bola chegar. Pensava e fazia. Parabéns, eterno rei!

O técnico Ernesto Valverde, após várias experiências, parece ter descoberto a melhor formação do Barcelona, com Arthur, formando um trio no meio-campo, com Busquets e Rakitic, e com Coutinho mais avançado, pela esquerda, onde atua melhor, formando outro trio, com Messi e Suárez.  Nesta quarta, Dembélé deve substituir Messi. O Barcelona ajuda Tite a escalar a seleção.

Nesta quarta também é dia de clássico sul-americano. Não há favorito.

O Palmeiras não deveria ficar satisfeito se perder por um gol de diferença, ainda mais se não fizer um, pois o Boca e os grandes times da Argentina sabem muito bem jogar fora de casa, com essa vantagem. O Palmeiras tem boas chances de vencer, porque tem atuado bem.

Felipão deve escalar a zaga com Luan e com Gustavo Gómez. Todos os zagueiros do elenco são bons. Na coluna anterior, elogiei a zaga do Cruzeiro. Há outras boas, como as do Grêmio e do Inter.

Além da qualidade individual, são muito bem protegidas. Os técnicos brasileiros aprenderam a formar bons sistemas defensivos, mas ainda não aprenderam a organizar bons ataques. A média de gols é baixíssima.

As acusações do diretor Alexandre Mattos e de Felipão ao árbitro do jogo contra o Ceará, que teria planejado dar vários cartões amarelos a jogadores pendurados, para tirá-los da partida contra o Flamengo, são irresponsáveis, sem provas. Os dois, mais o treinador Lisca, do Ceará, que fez gestos de roubalheira após ser expulso, deveriam ser punidos pela justiça desportiva.

Segundo a maioria, o único erro do árbitro foi no cartão dado a Lucas Lima.

Os jogadores brasileiros reclamam demais, tumultuam, pressionam e desrespeitam os árbitros.
Nenhum árbitro do mundo, no momento do lance, teria certeza sobre quem deu o toque na bola, que resultou na anulação do gol do Inter contra o Santos.

O árbitro, para ser correto, consultou todos os companheiros, que também ficaram inseguros. Por isso e, provavelmente, por esperar o replay da TV, que não houve, uma ajuda externa, que é proibida, o árbitro levou seis minutos para tomar a decisão. Com o VAR, continuaria a dúvida. Como telespectador, quero ver o replay imediatamente.

Os árbitros precisam ser criticados, muitos são ruins, mas é preciso respeitar as limitações. O ser humano é inseguro, frágil fisicamente, emocionalmente e moralmente e, mesmo assim, exigem que o árbitro seja perfeito.

O bem-vindo VAR, criado para corrigir os erros dos árbitros de campo, é usado no Brasil para mudar o que fizeram certo, como na final da Copa do Brasil. “O errado é o que está certo”, já dizia Kafunga, ex-goleiro do Atlético-MG e comentarista esportivo.

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