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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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Descrição de chapéu Copa América

Não é somente o Brasil que tem problemas contra defesas fechadas

Cenário ocorre em todo o mundo, quando um time superior enfrenta um inferior

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A Colômbia, sem sofrer um gol, foi eliminada nos pênaltis pelo Chile, num jogo equilibrado. Poderia ter ocorrido o mesmo com o Brasil, contra o Paraguai. Fernando Pessoa, que era muitos em um só, perguntou: “quem vai escrever a história do que poderia ter sido?”.

A maior dificuldade do Brasil não é a estratégia. A equipe recupera rapidamente a bola, troca muitos passes e chega com muitos jogadores ao ataque. As críticas a Tite são, muitas vezes, exageradas. Não é somente o Brasil que tem problemas contra defesas fechadas. Isso ocorre em todo o mundo, quando um time superior enfrenta um inferior. Houve uma evolução das retrancas.

A geração atual é boa, mas faltam à seleção jogadores especiais, com mais talento ofensivo, como Neymar e Marcelo. Firmino é excelente centroavante, extremamente inteligente, desde que tenha artilheiros a seu lado, como no Liverpool. Gabriel Jesus, pela direita, não é solução. Não é driblador, armador nem um ótimo cruzador de bolas.

Coutinho é bom, mas nem tanto. Não foi surpresa ele destoar, ao lado de Messi e Suárez, no Barcelona. Arthur é excelente no passe, mas não é ainda um dos grandes meio-campistas do mundo. Já Everton tem atuado melhor do que se esperava para um estreante, mas ainda é cedo para tanta badalação.

Contra a Argentina, Casemiro e, provavelmente, Willian, que entrou muito bem contra o Paraguai, serão titulares. Não será surpresa se Tite escalar Casemiro e Fernandinho juntos, por causa de Messi.
Tite lamentou não ter podido colocar os dois contra a Bélgica.

Daniel Alves divide bola com Derliz González na partida entre Brasil e Paraguai na quinta-feira (27)
Daniel Alves divide bola com Derliz González na partida entre Brasil e Paraguai na quinta-feira (27) - Luis Acosta/AFP

A Argentina, na vitória sobre a Venezuela, jogou, mais uma vez, com uma linha de três no meio-campo e outra de três no ataque. Não havia um jogador aberto de cada lado, para proteger os laterais. Se jogar assim contra o Brasil, os laterais brasileiros terão liberdade para apoiar e fazer duplas com os pontas. No segundo tempo, o técnico argentino tirou um atacante (Lautaro Martínez) e colocou Di María, pelo lado, para formar uma linha de quatro no meio-campo. Deve ser essa a formação contra o Brasil.

Se um comentarista ET estivesse no jogo entre Argentina e Venezuela, sem conhecer os jogadores, diria que o número dez da Argentina é fraco, que estava apático e perdido em campo e que não sabia por que não foi substituído.

Contra o Brasil, a Argentina sonha com o outro Messi, o do Barcelona.

Novos tempos

Das 8 seleções que se classificaram para as quartas de final do Mundial feminino, 7 são europeias, além dos Estados Unidos, que venceu a França e é a favorita ao título. Diferentemente das seleções sul-americanas, houve uma grande evolução das equipes europeias nos últimos anos.

Isso, obviamente, tem a ver com organização, planejamento, investimento e bons campeonatos nacionais, em todas as categorias, o que não acontece no Brasil.

Mas não é só isso. Enquanto nas seleções europeias e nos Estados Unidos predominam o futebol compacto, a troca de passes e a marcação de perto, no Brasil e nos países sul-americanos existem ainda muitos espaços entre os setores, excesso de chutões, bolas longas e estocadas, na esperança de que uma Marta ou uma Cristiane faça uma grande jogada.

A seleção feminina precisa de um ótimo técnico, seja mulher ou homem, que tenha como objetivo o desejo de trabalhar no futebol feminino.

Como não acompanho de perto, não sei se Vadão é a pessoa indicada. Pelo que vi no Mundial, não é.

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