Independentemente se Ronaldinho e o irmão pediram ou ganharam de presente o passaporte adulterado, com nacionalidade paraguaia, é óbvio que os dois sabiam da vantagem de ter esse documento.
Ronaldinho, como muitas celebridades, vive em outro mundo. Subestimam as leis e as regras da sociedade e não estão preparados para a fama nem para serem cidadãos. Uns mais que os outros. A sociedade do espetáculo contribui para essa alienação, pois idolatra, consome e descarta os ídolos.
Não há dúvidas de que muitos jogadores que brilham no Brasil têm condições técnicas de serem convocados para a seleção, com chances de se tornarem titulares. Everton, do Grêmio, foi destaque na Copa América. Por outro lado, atletas titulares das melhores equipes europeias atuam em campeonatos de mais qualidade e enfrentam adversários mais fortes dos que os que jogam na América do Sul.
Além disso, muitos times europeus são superiores às seleções de seus países. Já na América do Sul, a maioria das seleções é muito melhor que as equipes que disputam a Libertadores, pois os principais atletas atuam fora do país.
É uma ilusão achar que a seleção deveria ser formada pela maioria dos jogadores do Flamengo, como muitos pedem. São situações bem diferentes. Se Gabriel Jesus não estivesse suspenso, provavelmente, o trio ofensivo da estreia nas eliminatórias seria formado, merecidamente, por Gabriel Jesus, Firmino e Neymar. Pelo posicionamento, da direita para o centro, Gabigol ou Richarlison deve ocupar o lugar de Gabriel Jesus no primeiro jogo. Prefiro Gabigol.
Escuto, com frequência --alguém fala, e muitos repetem--, que o Flamengo, o melhor time da América do Sul, resgata a essência do futebol brasileiro do passado. Nada a ver. O Flamengo tem características parecidas com as melhores e atuais equipes do mundo. O futebol mudou.
O clássico da rodada da Libertadores é o Gre-Nal. Certamente, alguém já disse que é o Gre-Nal do século. Mesmo fora de casa, o Inter deve repetir a estratégia ofensiva e a escalação da vitória por 3 a 0 sobre a Universidad de Chile.
O Grêmio tem atuado com um trio no meio-campo, formado por Lucas Silva, Maicon e Matheus Henrique. O time troca ótimos passes e protege melhor a defesa, mas nenhum dos três tem características de infiltração para finalizar dentro da área.
Provavelmente, Renato Gaúcho deve voltar à formação anterior, com a entrada do meia de ligação Jean Pyerre, que entrou na última partida pelo Estadual.
Jean Pyerre, que atuava de volante nas categorias de base, tem potencial para se tornar um excepcional meio-campista, para atuar de uma intermediária à outra, ainda mais com seus passos largos.
Falta ao Brasil um grande craque com essas características. Bruno Guimarães, Arthur, Gérson, Fred e outros são muito bons, mas ainda estão abaixo dos melhores jogadores do mundo nessa posição.
O São Paulo, em casa, precisa ganhar da LDU, já que perdeu a primeira partida. A maior dificuldade, por causa da pressão para vencer, é atuar com intensidade, ousadia e agressividade, sem perder a calma e a lucidez para tomar decisões.
Na Europa, as partidas têm sido canceladas ou jogadas sem público, por causa do coronavírus, como PSG e Borussia Dortmund, em Paris.
As medidas são necessárias. Porém jogo sem torcida não tem vida.
Os grandes craques, como Neymar e Mbappé, querem brilhar e receber os aplausos do torcedor e de si próprios, afagar o ego.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.