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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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Palmeiras é candidato a todos os títulos, desde que Abel escute Andrey

Variação da maneira de jogar, de acordo com o adversário e com o momento, é o melhor caminho

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Não sei o que é mais confuso, as eleições americanas ou as regras para marcar pênaltis, quando a bola bate no braço do defensor dentro da área.

Seria muito mais simples e eficiente —os Zé Regrinhas não gostam de coisas simples e eficientes— a regra antiga, que cabia em uma frase, que separava a bola na mão, que não era pênalti, da mão na bola, que era pênalti, com ou sem intenção, já que, com raras exceções, ninguém é doido de ter a intenção de fazer o pênalti.

Segundo os especialistas, é longo o texto que fala dos detalhes, das regrinhas para marcar ou não um pênalti quando a bola bate na mão. Durante as partidas, com frequência, falam em movimentos naturais, em ganho de espaço, em assumir o risco e em dezenas de outros dados subjetivos e confusos. Tudo muito complicado. As regras deveriam existir para facilitar, e não para confundir. Os Zé Regrinhas querem dominar o mundo.

O São Paulo, no meio da semana, teve mais uma desastrosa eliminação, no último minuto. Esses fatos acontecem por erros individuais e coletivos, pelos fantasmas que ficam cada vez mais vivos a cada eliminação ou por coincidências, acasos. Como diria Alberto Caieiro, um dos 27 heterônimos de Fernando Pessoa, “muitas coisas não têm explicação, têm existência”.

Como o Flamengo teve uma queda em relação ao time do ano passado, existe hoje um equilíbrio, com vários candidatos ao título do Brasileiro. Com Jorge Jesus, quase sempre jogava a mesma equipe. Já com Torrent, por vários motivos, o time muda muito, o que mostra que o elenco é bom, mas não tanto quanto se pensava. Além disso, a equipe atual é menos explosiva, recupera menos a bola e deixa mais espaços entre os setores. Houve também mudanças no desenho tático.

O Atlético-MG cria e dá muitas chances de gol ao outro time, parecido ao Flamengo atual, adversário deste domingo. Poderemos ter uma partida agradável e com muitos gols. O Atlético não tem também o elenco tão bom quanto diziam. Há apenas três jogadores que têm sido especiais, Keno, Arana e o zagueiro Junior Alonso. Os outros são bons, comuns. O atacante chileno Vargas poderá ser um bom reforço.

O Inter possui um ótimo conjunto, um futebol vibrante, pressiona e recupera rapidamente a bola, porém falta mais talento a alguns jogadores.

Fluminense, Santos e Grêmio chegarão na turma de cima no fim do Brasileiro? O Fluminense tem surpreendido.

O Grêmio, se Renato escalar os titulares em todas as partidas, incluindo Maicon e Jean Pyerre, tem possibilidades de crescer e de chegar entre os primeiros. O Santos tem muitas deficiências no elenco e é um clube em péssima situação financeira.

O Palmeiras, por causa do excelente elenco, ao contrário do que dizia Vanderlei Luxemburgo, e pelas últimas convincentes vitórias, é candidato a ganhar todos os títulos, inclusive o Campeonato Brasileiro, desde que o novo técnico, o português Abel Ferreira, siga as sugestões do auxiliar Andrey Lopes.

As várias estratégias usadas por Andrey, durante a partida, alternando a pressão na marcação com o recuo, para contra-atacar e aproveitar a velocidade dos atacantes pelos lados, é mais uma constatação de que há várias maneiras de vencer e de atuar bem.

A variação da maneira de jogar, de acordo com o adversário e com o momento da partida, é o melhor caminho.

A radicalização de ideias, no comportamento social, no futebol, na política e em todas as atividades, empobrece a vida.

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