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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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Santos tinha tudo para dar errado, e tudo tem dado certo

Problemas institucionais e financeiros não impediram time de fazer uma boa temporada

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Por mais que alguns fatos nos desmintam, o futebol tem uma lógica, uma sequência de causa e efeito, uma previsibilidade, que, no mínimo, serve para nos iludir de que somos capazes de explicar tudo, até o inexplicável.

Muitas coisas acontecem fora do previsto. O Santos tinha tudo para dar errado, e tudo tem dado certo, mesmo que não seja campeão de nada. Os graves problemas institucionais e financeiros levaram ao impeachment do presidente, o que deveria ter acontecido com o Cruzeiro muito antes do caos financeiro e da queda para a Série B.

Para agravar, inúmeros jogadores do Santos tiveram Covid-19, além de Cuca e de seu auxiliar, o irmão Cuquinha. Os jogadores, ao se sentir am abandonados, se agarraram a Cuca, que passou a ser chamado por todos de presidente. O técnico, que tem a fama de chorão, assumiu tudo, colocou os jovens para atuar e tem conseguido ótimos resultados. A escalação dos jovens nos momentos decisivos fez com que eles amadurecessem rapidamente. O amadurecimento costuma ocorrer em saltos, em todas as áreas.

Contra o Grêmio, Cuca reinventou a marcação individual, uma estratégia abandonada há muito tempo, em todo o mundo. Aonde ia Jean Pyerre, estava junto o volante Alison. Jean Pyerre quase não pegou na bola. A marcação individual foi descartada pelos técnicos porque o marcador saía atrás do adversário e abria um espaço na defesa. Cuca sabe disso, mas foi uma emergência. O bom treinador é o que, de repente, inova, transgride.

Espero que Jean Pyerre e os jogadores do Grêmio tenham aprendido que não basta ter talento. É preciso ir além. O Santos atual é mais que um time. É uma paixão coletiva.

Os conceitos e as verdades no futebol são flexíveis, de acordo com o momento. O São Paulo, que tinha melhorado com a troca dos zagueiros, com a saída de Tchê Tchê e com a entrada de Luan, está hoje melhor com a volta dos dois zagueiros que tinham sido barrados. Contra o Atlético-MG, Tchê Tchê foi brilhante.

Até pouco tempo, Rony, do Palmeiras, só poderia jogar pelo lado, e Gustavo Scarpa só sabia jogar pelo centro ou pela direita. Hoje, Rony tem jogado muito bem como centroavante, e Scarpa, melhor ainda pela esquerda.

Sampaoli, um ótimo estrategista, pisou na bola contra o São Paulo, ao escalar três zagueiros para marcar apenas um atacante fixo. Sobraram zagueiros e faltaram jogadores no meio-campo, para marcar a principal qualidade do São Paulo. O Corinthians, contra o São Paulo, e o Santos, contra o Grêmio, fizeram o contrário.

Os erros e os acertos dos treinadores potencializam o imponderável, que, por sua vez, influencia os erros e os acertos dos treinadores.

Tudo continua incerto na reta final do Brasileiro e nas próximas decisões da Libertadores e da Copa do Brasil. O acaso está, com frequência, presente nos detalhes. Porém, mais importante que o acaso são os personagens. Cada um faz a sua história, com a pitada do imponderável.

Melhor do mundo

Lewandowski é um grande artilheiro, enquanto Messi, Cristiano Ronaldo, Neymar, Ronaldo, Romário e outros são grandes craques artilheiros. Já que o momento era para dar folga a Cristiano Ronaldo e Messi, outra opção seria eleger um craque do meio-campo, construtor, organizador, como De Bruyne ou Kimmich, que, juntos de Thiago Alcântara, formam o meio-campo da seleção do ano. Existe uma nítida preferência pelos artilheiros, no Brasil e em todo o mundo.

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