Tostão

Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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Assim como Palmeiras x Santos, grandes finais costumam ser sem brilho

Elas devem ser celebradas, poetizadas, para sempre, não analisadas nos detalhes táticos

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No primeiro tempo, não houve futebol. Com exceção de um lance de Rony, que não deu em nada, não houve uma única boa jogada individual e coletiva das duas equipes. Apenas trombadas, faltas e dura marcação. Os times não conseguiam trocar três passes seguidos. O meio-campo não existia. Dizem que o mundo assistiu à partida. Deve ter ficado perplexo, sem entender nada, se via um jogo errado.

A ansiedade é comum nas decisões e costuma ser benéfica, já que os atletas ficam mais atentos, mais espertos. Mas, quando ela é muito excessiva, os jogadores perdem a tranquilidade, a lucidez e a coordenação motora.

No segundo tempo, melhorou um pouco, mas o jogo continuou muito ruim. Os dois goleiros não fizeram uma única defesa com algum grau de dificuldade em toda a partida. Tudo caminhava para o 0 a 0, apenas com bolas cruzadas para a área e rebatidas pelos zagueiros. No último instante, após a expulsão de Cuca, Rony cruzou, e Breno Lopes, que tinha acabado de entrar, fez o gol de cabeça. Palmeiras campeão!

Parabéns ao Palmeiras, pela campanha e pelo título merecido. Mas, quero homenagear também os perdedores, que, apesar de todas as dificuldades, chegaram à final.

“Depois da hora radiosa, a hora dura do esporte, pois perder é tocar alguma coisa mais além da vitória, é encontrar-se naquele ponto onde começa tudo a nascer do perdido, lentamente” (Carlos Drummond de Andrade).

As grandes finais

As grandes finais de uma competição são jogos que costumam não ter nada a ver com a normalidade e/ou com a realidade. Geralmente, são partidas ruins, truncadas, sem brilho, como a entre Palmeiras e Santos. Fatos que são corriqueiros, fúteis, nessas partidas decisivas, se tornam, com frequência, lendas, mitos. Imagens são repetidas ao longo do tempo, glamourizadas. Verdades são inventadas, e conceitos equivocados são criados. É uma grande festa, um grande acontecimento.

As grandes finais não são partidas para ser analisadas nos detalhes táticos nem julgadas se são ruins ou boas. Existem para ser celebradas, poetizadas, para sempre.

Meninos do futebol

Neste período de pandemia e de estádios vazios, um fato marcante, positivo, tem sido o aumento do número de jovens atuando nas principais equipes brasileiras. Santos, Palmeiras e muitos outros times do Brasil e de todo o mundo possuem vários garotos com talento e com grandes chances de se tornarem jogadores importantes do futebol. São jovens maduros, prontos para atuar em grandes decisões. O fato de os jovens não serem aplaudidos nem vaiados durante as partidas ajudaria nesse crescimento?

Imagino que a presença de tantos jovens talentosos aconteça também em outras atividades. O acesso mais fácil e rápido à tecnologia e à informação facilita essa evolução. É necessário que o Brasil ofereça melhores condições a todos.

Os clubes descobriram o óbvio, que é muito mais eficiente investir nos garotos e colocá-los para jogar do que contratar por preços caríssimos jogadores apenas bons ou medianos.

Fura-filas

Vacina sim! Todos precisam se vacinar para todos ficarem protegidos. Ninguém vai virar jacaré. Estou louco para ser vacinado. Tomara que não demore tanto. Tenho de esperar minha vez. Sou um médico aposentado, um jovem idoso de 74 anos. Ninguém pode furar a fila, nem com o pretexto, a falácia, de dizer que é um exemplo para outros vacinarem.

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