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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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Descrição de chapéu Campeonato Brasileiro 2020

Discutir permanência de Diniz com São Paulo na liderança é incompreensível

Já a expectativa do flamenguista com Rogério Ceni foi maior do que a realidade

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Nesta quarta (13), pela Libertadores, o Santos tem a vantagem de jogar na Vila Belmiro, e o Boca Juniors, de empatar com gols. Qual vantagem é a maior? Não sei. Não há favorito.

O futebol é um ensinamento de vida, ainda mais no Brasileiro, mistura de ciência, lógica e acaso. Não existe vida, progresso, sem conhecimento científico. Acaso não é sorte. São ocorrências habituais, mas que não sabemos onde e quando vão acontecer.

Às vezes, ciência e acaso ocorrem juntos, ao mesmo tempo. Era inesperado, em um campeonato por pontos corridos, longo, com tantos times quase do mesmo nível, que uma equipe disparasse e ganhasse com antecedência, como ameaçou o São Paulo. Alguns times, como o Flamengo, em 2019, foram exceções, porque tinham equipes muito melhores que as outras.

Futebol também tem lógica. Hoje, são seis candidatos ao título do Brasileiro. Todos tiveram momentos ruins, instáveis. Por isso, discutir a permanência de Fernando Diniz com o São Paulo na liderança é tão incompreensível quanto negar a importância das vacinas, do distanciamento social e dos cuidados de higiene pessoal para evitar a infecção.

Quais seriam as principais causas das últimas derrotas do São Paulo e do Flamengo? Já escutei dezenas de opiniões. Uma delas seria que os adversários aprenderam a enfrentar, a marcar, a troca de passes e as infiltrações do São Paulo.

O Grêmio, porém, eliminou o time paulista com uma marcação mais no meio-campo, para evitar a transição da bola de uma intermediária à outra, enquanto o Bragantino marcou muito na saída de bola do goleiro e os reservas do Santos recuaram e marcaram na entrada da própria área.

Repito, um de tantos motivos, que eu gosto, mas que não tenho certeza, para as derrotas do Flamengo, seria o que acontece, muitas vezes, com todos os times do mundo. Os atletas são iludidos, após grandes conquistas, de que são craques, de que deveriam estar na seleção, como costumam pedir os comentaristas, e de que são melhores do que são.

A soberba invade a alma, sem a pessoa perceber. Demoram a acordar para a realidade. A expectativa do torcedor do Flamengo também foi muito maior do que a realidade. Acreditaram que Rogério Ceni era o melhor técnico do Brasil, revolucionário, próximo substituto de Tite. Ele é apenas um jovem técnico com qualidades, promissor.

Enquanto alguns acham que falta mais tempo, o que é correto, para Rogério Ceni mostrar seu trabalho, o Inter, em pouco tempo, já é vice-líder, com o veterano Abel Braga. Após um início ruim, o time está com cinco vitórias seguidas no Brasileiro, embora em nenhum jogo tenha tido um desempenho brilhante. Nas vitórias, esteve sempre perto de empatar ou de perder, um sinal de que não será também surpresa se o time cair de produção.

Um detalhe é importante. Abel armou a equipe do jeito que sabe e que gosta, de uma maneira tradicional, que é criticada nas derrotas. Não quis saber do futebol moderno, usado por Coudet, de muita marcação por pressão.

Já Rogério Ceni escalou o Flamengo, na prancheta, do jeito que fazia Jorge Jesus, mas sem sucesso. Deixou de lado a estratégia que gosta e que sabe, a de quando comandava o Fortaleza, de ter pontas velozes, que defendem e atacam pelos lados.

As incertezas sobre futebol não devem ser motivo para deixarmos de fazer nossas análises, divagações, deduções. Às vezes, acertamos. Pelo menos, ajudamos a compreender os fatos.

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