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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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Seja quem for campeão, Ceni segue boa promessa e Abel Braga merece elogio

Flamengo tem um pouco mais de chance de vencer neste domingo, mas diferença não é grande

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O Flamengo, por ter mais talento individual, tem um pouco mais de chance de vencer neste domingo (21), mas a diferença não é tão grande. O Inter, além de ótimo conjunto, possui bons jogadores. Não será surpresa se for campeão.

Os treinadores são importantes e, algumas vezes, o fator mais decisivo, porém, geralmente os maiores protagonistas nas conquistas de vitórias e de títulos são os atletas. Em 2019, o Flamengo encantou todos porque tinha um ótimo treinador, Jorge Jesus, e, principalmente, porque possuía excelentes jogadores. Essa vantagem continua.

Penso que a imprensa esportiva deveria avaliar (elogiar e criticar), responsabilizar e dar mais importância aos atletas, em vez de exaltar e criticar tanto os treinadores nas vitórias e nas derrotas. Criou-se a ilusão de que os técnicos possuem a chave da vitória e que tudo o que acontece em uma partida, até os deslocamentos habituais dos jogadores, são decorrentes das ações dos treinadores.

A bola também entra por acaso. São dezenas de detalhes frequentes, como um erro dos árbitros (ou do VAR), uma bola que bate na trave e que entra ou sai, mas que não sabemos onde e em que momento vão acontecer. O acaso não torce para nenhuma equipe.

A manchete já está pronta: “Duelo de gerações de treinadores”. A conquista do título pelo Flamengo ou pelo Inter vai influenciar as próximas contratações de técnicos dos outros clubes brasileiros. Experiência ou modernidade?

Independentemente do resultado, Rogério Ceni continuará sendo uma boa promessa, como o argentino Crespo, contratado pelo São Paulo, Barbieri, do Bragantino, Felipe Conceição, do Cruzeiro, e Marcão, do Fluminense, um time que faz um excelente e surpreendente campeonato. Se o Flamengo perder, Rogério Ceni, como é habitual no Brasil, correrá grande risco de perder o emprego, como se fosse o culpado.

Abel Braga, que, recentemente, foi dispensado do Flamengo e chamado de ultrapassado, merece ser elogiado, mesmo se o Inter não for o campeão. Se ganhar, poderá virar estátua, para rivalizar com a de Renato Gaúcho, no Grêmio, uma vez que Abel já foi campeão mundial e da Libertadores como técnico do Inter.

Abel e Rogério Ceni, coincidentemente, participaram do rebaixamento do Cruzeiro à Série B do Brasileiro na temporada passada. O futebol tem razões que o próprio futebol desconhece.

No jogo, certamente, o Flamengo vai tentar pressionar, ter o domínio da bola e agredir, enquanto o Inter, provavelmente, vai marcar do meio-campo para trás, para contra-atacar com velocidade. Abel pode se entusiasmar tanto com as lembranças e fazer uma retranca, como na vitória do Inter sobre o Barcelona no Mundial de Clubes de 2006.

Por outro lado, o Inter tem a opção de repetir a estratégia da goleada sobre o São Paulo, quando alternou a marcação mais avançada com a mais recuada. O time foi, no mesmo jogo, ofensivo e defensivo.

Cuesta fará mais falta que Arão. O Flamengo perde na saída de bola, mas, com Gustavo Henrique, ganha nas jogadas aéreas, uma das qualidades do time gaúcho. O Inter deve pagar R$ 1 milhão para escalar Rodinei, exigência de uma cláusula do contrato de empréstimo com o Flamengo. É uma piada pronta. Ele nunca foi tão valorizado. Imagine se fizer o gol do título?

Quem será campeão? Ninguém sabe. Nem Neném Prancha, o sábio do futebol, saberia. O futebol é uma mistura de lógica, acaso e mistério. É o retrato da vida.

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