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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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A verdadeira modernidade é o que não envelheceu

Estratégias evoluem, mas a verdadeira novidade é o que sobreviveu ao tempo

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​Apesar dos jogos pelo Brasileirão, da possibilidade de aumentarem bastante, nas próximas semanas, as infecções e as mortes pela Covid-19, a Conmebol, com o apoio do governo federal e da CBF, tenta realizar a Copa América no Brasil. Aqui, tudo pode. É o país da irresponsabilidade, dos oportunistas e dos espertalhões, protegidos pelo fim do combate à corrupção.

Como já existem tantos campeonatos, que geram controvérsias sobre se deveriam ou não ocorrer, por causa da pandemia, não faz sentido mais uma competição, ainda mais internacional.

Na sexta-feira, o Brasil enfrenta o Equador, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. O adversário é forte fisicamente e marca muito. O Brasil poderá ter dificuldade.

Tite tem várias opções e poderá encontrar dificuldade diante do Equador - Lucas Figueiredo - 14.mai.21/CBF

Tite tem várias opções, na escalação e na maneira de jogar. Nos últimos jogos, funcionou bem o sistema bastante ofensivo e de pressão, para recuperar a bola onde ela foi perdida. Assim, jogam as grandes equipes do futebol mundial.

A equipe jogou com dois zagueiros, um lateral esquerdo, Renan Lodi, que avançava como um ponta, um lateral direito, Danilo, que fechava para formar um trio no meio-campo, com Casemiro e Douglas Luiz, além de dois meias ofensivos, Neymar e Coutinho (depois, Éverton Ribeiro), próximos ao centroavante Firmino, e mais Everton Cebolinha, pela direita. Douglas Luiz, que está suspenso, fazia a cobertura dos avanços do lateral Renan Lodi.

Outra opção para aproveitar as características dos atacantes seria jogar de uma maneira parecida com a do Liverpool, com um trio no ataque, formado por Firmino, pelo centro, e mais um atacante de cada lado, Neymar, pela meia esquerda, e Gabriel Jesus ou Gabigol, pela direita, como Salah e Mané, com os dois entrando em diagonal, para aproveitar os espaços deixados por Firmino. Os dois laterais avançariam pelas pontas, como no time inglês.

Uma terceira opção seriam as tradicionais duas linhas de quatro, próximas, mais dois atacantes pelo meio, Neymar e Firmino (ou Gabriel Jesus, Gabigol ou Richarlison). A seleção tem vários jogadores capazes de atuar pelos lados, como fazem em seus clubes, defendendo e atacando, como Everton Cebolinha, Vinicius Júnior e mesmo Gabriel Jesus e Richarlison. Neymar seria o arco e a flecha, como Tite gosta de falar.

Uma quarta alternativa seria jogar com três zagueiros, como fazem várias equipes brasileiras e europeias, como o Chelsea, campeão da Europa. Daniel Alves, quando tiver condições, e Lodi seriam os alas, como fazem bem em seus clubes.

Todos os sistemas táticos podem ser bons ou ruins. Vai depender das características dos jogadores, dos adversários e do momento do jogo.

Preocupa-me muito que, no Brasil, após o Mundial de 2018, não tenha surgido um jogador especial, do nível dos melhores do mundo em suas posições. Não temos um excepcional meio-campista, para atuar ao lado de Casemiro, capaz de jogar de uma intermediária à outra, de defender, de organizar as jogadas e de atacar. Bons temos muitos. Porém é pouco para a Seleção. Para piorar, o Brasil corre o risco de não ter, no próximo Mundial, dois jogadores que brilharam por um longo tempo, Daniel Alves e Thiago Silva, por causa da idade e das contusões, além de Marcelo, praticamente descartado. Não há reservas à altura dos melhores momentos dos três.

O mundo, o futebol e as estratégias de jogo evoluem e se transformam, mas, como diz a sabedoria japonesa, a verdadeira modernidade, novidade, é o que não envelheceu, apesar do tempo.

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