Entre as várias opções táticas usadas por Tite nos últimos anos, a mais eficiente, pela característica dos jogadores, e não por ser a que mais gosto, foi com Gabriel Jesus e Richarlison pelos lados e Neymar livre e próximo ao centroavante Firmino.
Gabriel Jesus e Richarlison conseguem voltar para marcar, formar uma linha de quatro no meio-campo, com os dois volantes, e ainda chegar à frente para finalizar. Nas três partidas pelas Eliminatórias, o Brasil não terá Gabriel Jesus, Richarlison e Firmino. Existem outras opções.
A formação mais usada na Copa América, incluindo a final, na derrota para a Argentina, foi com dois volantes em linha (Casemiro e Fred), e Paquetá, como um meia à frente dos dois, que se confundia com Neymar. Bruno Guimarães deve ocupar o lugar de Fred.
Prefiro, em tese, o desenho tático com um volante centralizado e com um meio-campista de cada lado, que marquem, organizem e cheguem ao ataque. Gérson e Edenílson, que não estavam na primeira convocação, possuem características para atuar de uma intermediária à outra.
Não vejo o Brasil enfraquecido. Os três jogadores mais importantes, imprescindíveis, Neymar, Casemiro e Marquinhos, estão escalados. Nas outras posições, as mudanças fazem pouca ou nenhuma diferença. Quem sabe novos jogadores convocados enriqueçam a qualidade do time?
Apesar das seis vitórias nas seis primeiras partidas das Eliminatórias, continua a dúvida, que aumentou após a derrota para a Argentina, na final da Copa América, sobre o real nível técnico do time brasileiro em relação às grandes seleções europeias. Há uma neblina que atrapalha a avaliação. No futebol, o nebuloso, o velado, o oculto, é o mais presente.
Espaços
No fim de semana, vi um grande jogo entre Liverpool e Chelsea. São dois times compactos, que deixam poucos espaços entre os setores, como acontece no futebol moderno. Já na maioria dos jogos que assisti pelo Brasileiro, predominou o contrário.
O Flamengo, na goleada por 4 a 0 sobre o Santos, avançava o meio-campo, e os zagueiros continuavam lá atrás, deixando enormes espaços, que o modesto time do Santos não aproveitava.
O Flamengo, com Renato Gaúcho, melhorou e tem tido mais vitórias que com Rogério Ceni, porque, principalmente, retornaram os principais jogadores da equipe. Isso não anula o bom trabalho de Renato Gaúcho.
Os atletas parecem também gostar mais do trabalho com Renato, por ser mais descontraído e alegre, do que com Rogério, mas sisudo. Não são apenas os jogadores que preferem Renato, mas também a imprensa, pois o atual técnico é um personagem que rende mais reportagens e manchetes festivas.
O Atlético, líder do Brasileiro, não joga tanto no campo adversário quanto o Flamengo, mas é mais equilibrado, pois é mais compacto e deixa menos espaços para o outro time. O Atlético, neste momento, é o time brasileiro que mais cede jogadores para as seleções sul-americanas.
O Drible da Vaca
Um livro imperdível, do escritor Mário Prata, foi lançado pela Editora Record, “O Drible da Vaca”, com prefácio do mestre Juca Kfouri. O autor mistura ficção com realidade, um longo trabalho de pesquisa científica com um delicioso humor, para contar a história da invenção do futebol, na Inglaterra, há mais ou menos 150 anos. O livro conta, com detalhes, como a inventividade e o acaso elaboraram as regras, as expressões e as gírias do futebol, que vigoram até hoje, como o drible da vaca.
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