O mundo e o futebol são, às vezes, estranhos. Nesta semana, vi, pela TV, o Cruzeiro, com a camisa verde, perder, no Independência, para o CSA, com a camisa azul. Quando o time alagoano fez o gol da vitória por 2 a 1, no momento do lance, sem pensar, eu me confundi e comemorei como se fosse um gol do Cruzeiro. Imediatamente, percebi o engano, o ato falho.
O futebol brasileiro está evoluindo. O jornalista Carlos Eduardo Mansur, um dos comentaristas que sigo nos jornais e na televisão, diz que, além de alguns clubes com grande investimento e que formaram ótimos times, como Flamengo, Atlético-MG e Palmeiras, existem outros, com menos prestígio nacional, que cresceram dentro e fora de campo, como Fortaleza, Bragantino, Athletico e outros. O que ocorreu com o Bahia, que estava muito bem nos anos anteriores, mas que vai mal no Brasileiro?
Nesta quarta (29), contra o Barcelona de Guayaquil, o Flamengo tem todas as chances de chegar à final da Libertadores. O Flamengo, quase sempre, marca pelo menos um gol, o que obrigaria o adversário a fazer quatro. Como o Barcelona é uma equipe que cria também muitas chances de gol, como ocorreu no Maracanã, nada está decidido. O perigo existe.
O Corinthians, com os quatro reforços, melhorou bastante a qualidade. Róger Guedes e Willian têm tudo para brilhar intensamente no Brasileiro, pois são rápidos, dribladores e finalizam bem. Guedes não é ponta nem centroavante, é um atacante que busca o gol. Já Willian é um típico jogador de lado, que consegue atacar e defender.
No meio-campo, o Corinthians formou um trio de qualidade, com um volante centralizado (Cantillo ou Gabriel), mais Giuliano e Renato Augusto, um de cada lado. Os dois têm boa técnica e atuam de uma intermediária à outra.
Nos melhores momentos da seleção, com Tite, nas Eliminatórias para a Copa de 2018, havia também um trio, formado por Casemiro, Renato Augusto e Paulinho. Os três se completavam. O trio fez falta no Mundial.
Após a Copa de 2018, Tite experimentou dezenas de formações, mas, raramente, usou um trio no meio-campo. O técnico tem preferido dois volantes em linha, geralmente Casemiro e Fred, mais um meia à frente dos dois, Paquetá, que se confunde com Neymar. O treinador poderia experimentar um trio, com Casemiro, pelo centro, Gerson, pela esquerda, e Éverton Ribeiro, pela meia direita, ou Edenílson, que se parece muito com Paulinho, pela força física e pela capacidade de marcar e de aparecer na área para fazer gols.
Repito, pela milésima vez, que falta um craque meio-campista na seleção, no nível dos melhores do mundo na posição. Essa ausência tem vários motivos. Além da divisão que houve entre os volantes que marcam e os meias que atacam, os jovens habilidosos só querem jogar perto da área, pois são mais valorizados. Clubes e técnicos incentivam essa preferência. Além disso, as equipes brasileiras são muito espaçadas, com enormes distâncias entre defensores e atacantes.
Outro problema da seleção é o posicionamento de seu maior craque, Neymar. No Santos, no Barcelona e no início de sua carreira na seleção, Neymar, mesmo sendo excepcional como armador e como atacante, destacava-se muito mais pelas jogadas em direção ao gol. Os times se organizavam para levar a bola até ele. No PSG e na seleção atual, Neymar é mais um armador, que recua demais para levar a bola aos companheiros. Deveria ser o contrário. É preciso ajudar o craque.
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