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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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Palmeiras pode jogar um futebol mais agradável e eficiente na Libertadores

Time bloqueou o Atlético-MG, mas não sabia o que fazer quando tinha o domínio da bola

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Apesar do 0 a 0, que pode beneficiar o Palmeiras, se empatar com gols no segundo jogo, o Atlético, por atuar no Mineirão, com torcida, aumentou suas chances de chegar à final da Libertadores.

O Atlético foi melhor. Allan, como sempre, mostrou qualidades defensivas e ofensivas. Marcou bem, mais à frente ou mais atrás, de acordo com o momento, e se destacou, principalmente pelo passe rápido, eficiente e para frente, quando possível.

O Palmeiras, pelo elenco, pode jogar um futebol mais agradável e eficiente. O time bloqueou bem a entrada da área, mas, quando recuperava a bola, não sabia o que fazer, pois os jogadores não se aproximavam para trocar passes e o Atlético não deixava espaços na defesa para o contra-ataque.

Contra-atacar nem sempre significa jogar defensivamente. O contra-ataque se inicia quando se recupera a bola, que pode ser no campo adversário, no meio ou na defesa. A maioria dos gols de alguns times, como o Manchester City, acontece em contra-ataques, em bolas recuperadas no campo do adversário.

Treinadores, como Cuca, Abel Ferreira, Renato Gaúcho e tantos outros, são bastante elogiados nas vitórias e, mesmo sem mudar seus conceitos e condutas, passam a ser bastante criticados nas derrotas.

Treinadores, analistas e psicólogos, por mais competentes que sejam, no comando de uma equipe e nas explicações técnicas, táticas, físicas ou emocionais, não conseguem penetrar nas profundezas de alguns jogos, de algumas almas. O futebol é muito mais que o resultado de uma partida, e a vida é muito mais que uma sucessão de fatos.

Negar, apagar

O São Paulo gastou o que não podia nem devia na contratação de Daniel Alves, como é frequente nos clubes brasileiros. O futebol não suporta mais ver clubes se endividarem sem demonstrarem as condições financeiras necessárias para fazer tantas dívidas.

No campo, Daniel Alves, por ter quase 40 anos, jogou melhor do que eu esperava. Atuou sempre com muita vontade. Na média, foi um dos principais jogadores do time, como lateral, como ala ou como meia.

Parte dos torcedores e da imprensa se decepcionou com suas atuações, por variados motivos. Muitos achavam que ele seria um excepcional camisa 10, para fazer muitos gols e para dar passes decisivos.

Essas nunca foram suas funções. Daniel Alves, além de participar bem da marcação, é o construtor, organizador, que inicia mais de trás as jogadas ofensivas, com um bom passe. Jogador importante não é somente o que faz gols.

Espero que Daniel Alves encontre um bom clube para jogar, desde que, se for brasileiro, não gaste mais do que pode. Se mantiver a forma que mostrou no São Paulo, poderá ser uma ótima opção para Tite na lateral direita e até mesmo no meio-campo, perto de Casemiro. Daniel Alves teria a chance, na Copa, de ser campeão do mundo, pela primeira vez pela seleção, para engrandecer ainda mais sua brilhante carreira de papa-títulos, o maior campeão em atividade no futebol mundial.

É preciso separar a negação habitual, frequente na vida, nos pequenos e nos grandes fatos, por variados motivos, como negar as boas atuações de Daniel Alves no São Paulo, da negação mais profunda, de apagar da consciência, da memória e da história fatos importantes, claríssimos, como se não tivessem acontecido, como a negação da ciência, do envelhecimento, da vida, da morte, das doenças, do combate à corrupção que houve no país e de tantas outras coisas.

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