Txai Suruí

Coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental - Kanindé e do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia

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Txai Suruí

O PL 6.299 e o veneno na nossa mesa

O momento de refletir sobre o que queremos em nossas mesas é agora

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No dia 9 de fevereiro, 301 deputados aprovavam o projeto de lei 6.299/2002, conhecido como PL do veneno, originalmente do ex-senador Blairo Maggi e cujo relator é o deputado federal Luiz Nishimori (PL-PR).

Naquele momento, aquelas pessoas, representando o povo brasileiro, decidiam nos envenenar, colocar em nossas mesas toda sorte de agrotóxicos, que agora chamam de pesticidas. Determinavam que cada um de nós teríamos doses diárias em nossas mesas de produtos cancerígenos, aumentando as filas nos hospitais para tratamento de câncer e outras doenças causadas por utilização diária de agrotóxico.
Os deputados, prazerosamente e atendendo ao agronegócio e aos empresários que financiam suas campanhas, serviam nossa mesa do jantar com a morte entregue em grãos!

Enfraqueciam a vigilância sanitária, desautorizando a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais) no poder de fiscalizar, e flexibilizavam as normas para uso dos agrotóxicos.

Cartaz em São Paulo com deputados e a ministra da Bancada do Câncer - Renato S. Cerqueira/Futura Press/Folhapress


Os deputados eleitos pelo povo deixaram de ouvi-lo e pouco se importaram se estariam matando quem os elegeu. A morte chegando de forma lenta no café da manhã, na hora do lanche, no jantar!

A cada colherada que se leva à boca, mais venenos, já que, em 2021, o governo Bolsonaro já havia liberado mais 500 novos tipos de agrotóxicos.

Na hora do lanche inocentemente preparado para seu filho levar à escola, quanto de veneno você está dando a ele?

Aquela salada maravilhosa servida no prato branco, para realçar as cores do alface, do tomate, da cenoura, da beterraba e do morango para dar o toque final, tem mesmo quanto de veneno?

Enquanto isso, os senhores deputados e suas famílias, em berço esplêndido, em nome de deus e da pátria, degustam seus alimentos orgânicos produzidos sem nenhum pesticida.

Aos brasileiros resta o veneno servido frio, quente, no suco, no arroz, no feijão e na batata frita, comida alegremente pelos jovens no bar da esquina.

Está na hora de dar um basta. Que venham as eleições e com elas as mudanças. Guarde bem os nomes dos 301 que envenenaram sua mesa.

O momento de refletir sobre o que queremos em nossas mesas e nossos lares é agora.

Muitos farão discursos acalorados. Preste atenção ao que dizem, busque saber quem financia a sua campanha, que tipo de classe representam, quem são seus aliados políticos. Se for algum deputado, senador ou presidente tentando reeleição, importante observar o que ele aprovou no Congresso e se os seus atos não tiraram os direitos fundamentais do povo brasileiro.

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