Txai Suruí

Coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental - Kanindé e do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia

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Txai Suruí

Demarcar territórios indígenas e aldear a política

A luta dos povos indígenas é pela vida e deveria ser uma luta de todos

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O movimento indígena, através da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil - Apib, convoca para de 4 a 14 de abril o Acampamento Terra Livre (ATL), maior mobilização indígena nacional, com o tema "Retomando o Brasil: demarcar territórios e aldear a política", diante das ofensivas e ataques aos direitos dos povos originários, principalmente por via do Legislativo, com projetos de morte como os PLs 191/2020, 490/2007, 2.633/2020 e 510/2021, entre outros. Projetos que ameaçam não somente a vida e os territórios indígenas como todo o meio ambiente.


Nunca os povos indígenas enfrentaram tamanhas ameaças. Lutamos contra um projeto genocida e fascista que quer acabar com as maiores riquezas do Brasil, que são suas florestas e os povos que vivem nela. Estamos vendo o enfraquecimento das leis ambientais e dos órgãos ambientais e não somente a omissão, mas o incentivo pelo Governo Federal para a invasão das terras indígenas.

Diante disso, os povos originários partem para a luta, seguindo com nossa resistência milenar, para a construção de um Brasil democrático, que respeite seus povos e seja justo para todos. Neste ano, com uma das eleições mais importantes da história, levantamos a importância de ocuparmos o campo institucional, lutando por mais representatividade e menos desigualdades no campo político. Levando a importância inclusive dos não indígenas votarem em candidatos indígenas para a construção de um país que queremos.

O Movimento da Juventude Indígena de Rondônia se reuniu neste mês em Cacoal (RO) para exigir o compromisso daqueles que pretendem nos representar com demandas para seus planos de governo.

Apresento algumas: compromisso em atuar na defesa dos povos e de seus territórios no estado, ameaçados constantemente pelas forças do extrativismo predatório dos projetos de ampliação de monoculturas, pecuária, garimpo, desmatamento e demais grandes empreendimentos; manter diálogo permanente com as organizações que representam os povos indígenas nos territórios para além do período eleitoral, garantindo a participação de lideranças dos movimentos em audiências públicas, consultas e demais oportunidades de participação social no processo de tomada de decisão; apoiar estratégias que estimulem a participação política de povos indígenas, incluindo o incentivo às campanhas eleitorais nas línguas de cada povo e a manutenção e aumento da parcela do fundo eleitoral destinado a financiar candidaturas indígenas.

A luta dos povos indígenas é pela vida e deveria ser a luta de todos. Convido todos os setores da sociedade para se unirem a essa luta no Acampamento Terra Livre 2022.

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