Txai Suruí

Coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental - Kanindé e do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia

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Txai Suruí

Mulheres que mudam o mundo

As mulheres vêm transformando o mundo

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Chega 8 de março e mais um dia de declarar nossa incansável luta por direitos. Minha mãe me disse que "todo dia é dia da mulher!". Ela, que foi a primeira pessoa a me ensinar sobre amor e cuidado, e me ensina até hoje sobre força e coragem. Herdeira das guerreiras que vieram antes dela.

Venho ecoar o grito das mulheres indígenas na 2º Marcha das Mulheres Indígenas, que aconteceu em 2021, sobre "reflorestar mentes para a cura da Terra". Acredito que a revolução passa essencialmente pelas mulheres.

Hoje a nossa mãe terra chora o ataque que vem sofrendo e a ameaça à vida dos seus filhos. É queimada, desmatamento, garimpo, fome, invasão aos territórios indígenas e catástrofes climáticas não vistas antes.
Cantamos e balançamos nossos maracás para dizer que não aceitaremos o genocídio dos nossos povos e a destruição das nossas florestas. Através do nosso canto conseguiremos levar toda força e o amor das mulheres indígenas reflorestando mentes e corações.

As mulheres vêm transformando o mundo. Basta ver o que fazem e fizeram as guerreiras Neidinha Suruí (minha mãe), Sonia Guajajara, Joenia Wapichana, Comandanta Ramona, Tejubi Uru-eu-wau-wau, Leonice Tupari, O-é Kaiapó, Tuíra Kayapó, Rosa Luxembugo, Pagu, Leila Diniz, Marie Curie, Rosa Parks, Simone de Beauvoir, Rita Lee, Dandara, Roberta Close, Zuzu Angel, Elza Soares, Nísia Floresta, Célia Xakriabá, Nara Baré, Tsitsina Xavante, Shirlei Arara, Linn da Quebrada, Alessandra Munduruku, Pi Suruí, Walela Soeikigh Suruí, Rigoberta Menchú, Leila Gonzales, Bell Hooks, Thelma Taurepang, Debora Diniz, Alice Pataxó, Barbara Gittings e tantas outras que vieram e que virão.

Sonia Guajajara - www.fotoarena.com.br

Deixo claro que buscamos e lutamos por um mundo onde nossas mulheres possam andar em paz nas ruas, onde não precisemos lutar pelo mínimo de dignidade que é poder ter absorvente, onde nossos filhos não sejam envenenados pelo garimpo e nossos maridos não sejam assassinados por lutar por nosso território, com igualdade salarial, sem violência obstétrica, com segurança alimentar, educação de qualidade e justiça para nossa mãe Terra.

Estamos vivendo guerras na Ucrânia, Iêmen, Síria, Somália e também dentro dos territórios indígenas, como a TI Yanomami, onde há 20 mil garimpeiros. Quem está preocupado em tirá-los de lá? Vivemos uma guerra por direitos humanos, emancipação e liberdade, contra o machismo, o racismo, e as desigualdades sociais, cada vez mais crescentes, e contra esse sistema que todo dia explora nossos corpos e territórios.
A luta das mulheres é a luta por um mundo melhor. Que neste 8 de março iniciemos uma revolução para construir esse mundo.

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