Txai Suruí

Coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental - Kanindé e do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Txai Suruí

Brasil vai de mal a pior desde a COP-26

País nunca apresentou planos concretos para alcançar objetivos anunciados

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Antes de falarmos sobre por que o Brasil vem apenas declinando, vamos relembrar alguns acordos e promessas feitos pelo governo brasileiro na COP-26, em 2021.

A conferência teve como objetivo colocar em prática o Acordo de Paris, que nada mais é que um compromisso firmado por 195 países para reduzir o aquecimento global. Além disso, foi um dos mais importantes encontros devido à grande cobrança da sociedade civil e dos movimentos sociais, que já presenciavam catástrofes climáticas em todo o mundo.

Principalmente das organizações e povos indígenas do Brasil, que estiveram em peso no evento, com a maior delegação de indígenas brasileiros da história das COPs. Porém, antes mesmo de ir à COP, o Brasil já era visto com descrença em relação às suas promessas devido à política de impunidade e incentivo aos crimes ambientais, bem como por buscar acabar com a demarcação de terras indígenas e enfraquecer as leis ambientais e órgãos de fiscalização, gerando altos índices de desmatamento, aumento da violência no campo e uma explosão de invasões e crimes ambientais nos territórios indígenas.

No entanto, com Joe Biden na liderança dos EUA, que desde o começo de seu mandato fez várias mudanças na política ambiental do país, o Brasil não poderia seguir com a mesma política, pois sofreria prejuízos econômicos (que aparentemente é o que realmente importa para os líderes internacionais, não o nosso futuro).

Posto isso, o governo brasileiro assumiu alguns compromissos: reduzir em 50% as emissões de gases de efeito estufa até 2030 (mesmo compromisso de 2015) e alcançar a neutralidade de carbono até 2050. Além disso, o MMA apresentou algumas diretrizes para zerar o desmatamento até 2028.

O que aconteceu até agora? Nada. Até porque o Brasil nunca apresentou planos concretos para alcançar esses objetivos. O desmatamento na Amazônia em 2022 chega a 2.000 campos de futebol por dia, de acordo com o Imazon. Além disso, o desmatamento acumulado na Amazônia em 2022 (e estamos só na metade dele) já é o maior em sete anos, segundo o Inpe.

Sem cumprir seus compromissos internacionais, aumentando a pressão sobre áreas ambientais e acirrando cada vez mais a violência e os ataques contra os povos originários, o Brasil já é uma vergonha internacional e vilão em relação às mudanças do clima. Mudar este governo que vem acabando com as nossas florestas e eleger candidatos indígenas significa garantir políticas ambientais e sociais de qualidade.

Essas eleições são decisivas para o futuro da nossa Amazônia, e o nosso voto importa muito. Por isso é essencial escolhermos candidatos que defendam a pauta socioambiental.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.