Txai Suruí

Coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental - Kanindé e do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia

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Txai Suruí

Eu assino pela democracia

Que nestas eleições possamos fortalecer ainda mais nossa democracia

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Democracia é um regime político no qual o poder emana do povo. Nela, os seus cidadãos elegem seus representantes por meio do voto. Esse é um dos conceitos que podemos encontrar em uma busca rápida no Google. No entanto, a presença de eleições não caracteriza uma democracia, pois governos autoritários também se utilizam das eleições para passar um ar de legitimidade, como aconteceu aqui mesmo, no Brasil, durante o regime militar.

Quando eu nasci já éramos um país democrático, mas durante o atual governo vi muitas vezes esse regime ser atacado. Tive conversas sobre como não podemos ignorar essas investidas com uma democracia tão jovem e aparentemente tão frágil quanto a nossa, ainda que se diga que ela está concretizada.

O presidente Jair Bolsonaro, na convenção do PP, com Ciro Nogueira - Adriano Machado - 27.jul.22/Reuters

O presidente Jair Bolsonaro já deixou claro inúmeras vezes que não aceitará um resultado das eleições no qual ele perca e questiona as urnas eletrônicas, mesmo sem nenhum indício de fraude e sendo comprovadamente um sistema seguro.

Além disso, Bolsonaro ataca as instituições democráticas e exigiu a renúncia de dois ministros do Supremo Tribunal Federal por causa de investigações a grupos bolsonaristas que estariam compartilhando fake news. O presidente trouxe os militares para cargos de comando, sem contar que a todo momento ameaça acionar as Forças Armadas. Lembremos ainda de quando Bolsonaro elogiou o torturador Ustra, chamando-o de brilhante e dizendo que ele era "um velho amigo que lutou pela democracia".

Lembremos ainda algumas das bases de regimes totalitários como o nazismo e o fascismo, e se elas não nos recordam algo: a glorificação de mitos e líderes, o nacionalismo exacerbado, repressão aos adversários, militarização da sociedade, busca de inimigos e teorias conspiratórias, desprezo pela democracia, rejeição a críticas, manipulação da verdade e uso de propagandas (no caso das redes sociais).

Eu não sou a única preocupada com a nossa democracia e com as próximas eleições. Na última terça foi publicada a "Carta pela democracia" que junta mais de 300 mil assinaturas. Nela assinam juristas, artistas, empresários, líderes do setor industrial, movimentos sociais, ex-ministros do STF, economistas e eu também assinei a carta, como jovem ativista preocupada com o futuro do nosso país.

Apesar de a carta não mencionar o presidente, este a "sentiu" ao ironizar o manifesto em seu Twitter.

Que nestas eleições possamos fortalecer ainda mais nossa democracia votando em quem luta por ela, não apenas na Presidência, mas em todos os cargos representativos, e elegendo o próprio povo: indígenas, negros, mulheres, LGBTQIA+ e movimentos sociais.

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