De 1º a 6 de dezembro acontece a 6ª edição do Brasil Eco Fashion Week, a semana de moda sustentável brasileira, que foca em marcas preocupadas com esse diferencial.
Esta edição conta com a presença dos estilistas indígenas Weena Tikuna e Sioduhi.
"Este evento é o primeiro a abraçar a causa e nos colocar como protagonistas da nossa própria arte, sem apropriação cultural, aldeando as passarelas. Mostrando nossa luta. Mostrando nosso estilo. Quero muito que tenha mais indígenas na moda em outros eventos também" diz Weena Tikuna.
Com doçura e coragem, Weena mostra que os povos indígenas podem estar onde quiserem e traz a preocupação de fazer uma moda que se importe com o meio ambiente, com o social e com o nosso planeta.
A indústria da moda é a segunda mais poluente do mundo, perdendo apenas para a de combustíveis fósseis. O impacto no meio ambiente passa pela extração de matérias-primas, o consumo de energia e água, a emissão de carbono e o descarte de resíduos.
Consequência da lógica consumista capitalista, a moda vem produzindo cada vez mais lixo, com 80% dos têxteis sendo descartados anualmente, e parece não se importar com suas consequências. Além disso, muitas das roupas de fast fashion são feitas com produtos derivados do petróleo.
A indústria da moda é responsável por 20% do desperdício total de água mundialmente, e sua produção emite 8% dos gases de efeito estufa.
É importante citar que o impacto é enorme no social. No mundo inteiro, pessoas vivem em situação análoga à escravidão para a produção de roupas. Marcas continuam produzindo peças com um alto custo humano que não é visto por quem paga a conta na hora de se vestir.
Mas a conta chegará, e a mudança do clima deve ser uma preocupação de todos os setores. A moda é uma indústria poderosa, pois tem o poder de dizer o que deve ou não ser consumido. A moda produz tendência e estilo de vida. Mas não há tendência maior que viver em um mundo habitável e justo social e ambientalmente.
No entanto, para que uma mudança real aconteça de fato é preciso consciência e transformação de quem consome. É necessário refletir sobre o processo do que estamos vestindo e as consequências disso na vida de muitas pessoas e no futuro do nosso planeta.
É preciso pensar em novas formas de consumir e de produzir moda. É preciso valorizar quem trabalha de forma sustentável e se importa com as pessoas. Devemos pensar em uma produção sem plástico, com matéria orgânica, materiais biodegradáveis naturais e reciclados. Precisamos consumir menos, reutilizar e reciclar mais.
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