Txai Suruí

Coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental - Kanindé e do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia

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Txai Suruí

Arte indígena

Olhar dos povos originários vem conquistando e construindo espaços próprios

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Os povos indígenas conquistam um ministério próprio e fazem história em nosso país. No entanto, não é só na política que estão ganhando cada vez mais espaço.

Na desmistificação do que é o indígena, decolonizando mentes, a arte indígena cresce e se fortalece cada dia mais. Presente nos museus, nas ruas, nos festivais de música, no cinema, na fotografia e nas redes sociais, o olhar indígena vem ocupando importantes espaços e construindo outros.

Artefatos indígenas coloridos
Artesanato Guarani M'bia, da terra indígena Rio Branco de Itanhaém, no litoral paulista - Carlos Bernadino Filho/Divulgação

Como diz o artista Maxwell Alexandre, a arte ainda é codificada demais e foi programada para deleite de uma elite que quer se distinguir socialmente. O discurso é de que a arte deveria ser para todos, mas isso é demagogia. A prática é que ela seja restrita, mantendo o programa de diferenciação social, definindo quem tem subjetividade, bom gosto, cultura, poder de síntese, abstração, de assimilação de um campo que detém uma das maiores concentrações de capitais simbólicos e intelectuais. Matar a fome do espírito é o prestígio daqueles que já exauriram a fome da carne. Apesar disso e longe de uma arte democrática, podemos ver a maior presença indígena na arte contemporânea brasileira, das instituições, na academia, nas galerias.

Em Brasília, no Museu Nacional da República, acontece a exposição "Brasil do Futuro: As formas da democracia", de curadoria de Lilia Moritz Schwarcz, Paulo Vieira, Rogério de Carvalho e Marcio Tavares. A exposição, que fala de democracia, conta com várias obras de pessoas pretas e indígenas, como dos artistas indígenas Daiara Tukano, Denilson Baniwa, Edgar Xakriaba e Jaider Esbell. Encontramos obras com os dizeres "democracia é demarcar todas as terras indígenas" e que nos fazem refletir sobre um futuro ancestral.

Tivemos a realização do 1º Festival de Cinema e Cultura Indígena (FeCCI), que também aconteceu em Brasília, idealizado pelo cineasta indígena Takumã Kuikuro. "O Território", documentário de coprodução indígena vencedor de Sundance, está pré-indicado para a lista de melhores documentários do Oscar e teve até post do ator Leonardo DiCaprio com o diretor Alex Pritz e o protagonista Bitate Uru Eu Wau Wau elogiando o filme.

Na música originária, tivemos o DJ Eric Terena tocando no Glastonbury 2022, maior festival da Inglaterra, e a cantora Brisa Flow ganhando como melhor compositora no prêmio Women's Music Event 2022.

No dia 29 de janeiro acontecerá o Festival Jaraguá Guarani Yvy Porã, na Estrada Turística do Jaraguá, em São Paulo. O festival nasce com três objetivos principais: a geração de renda dos artesãos e artistas das seis tekoas do Jaraguá, o diálogo da cidade com o território indígena e a valorização da cultura dos povos originários.

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