Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Pesquisa busca trigo produtivo para segurar produtor na atividade

Falta de liquidez na atividade provoca redução de área no plantio do cereal

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Plantação de milho no norte do Paraná
Plantação de milho no norte do Paraná - Mauro Zafalon - 3.jul.16/Folhapress

O cultivo de trigo é sempre uma incógnita para o produtor. Custos de produção e preços recebidos pelo cereal nem sempre fecham a conta, pesando no bolso dos produtores.

Um dos sinais desse cenário desfavorável é a queda de área. Em 2014, os agricultores semearam 2,8 milhões de hectares de trigo no Brasil. No ano passado, foi apenas 1,92 milhão.

Preocupadas com esse afastamento do produtor do cereal, algumas entidades públicas e empresas privadas buscam variedades com maior produtividade e custos menores.

O Iapar (Instituto Agronômico do Paraná) e a Fundação Meridional colocam à disposição do mercado uma nova variedade neste ano, que, segundo as empresas, tem ampla adaptação nas regiões do Paraná, de Santa Catarina, de Mato Grosso do Sul e de São Paulo.

Carlos Roberto Riede, pesquisador do Iapar, tem muita esperança nessa variedade, que estará à disposição dos associados da Fundação Meridional. Chamada de IPR Potyporã (planta bonita, em tupi-guarani), ela tem alta produtividade e atende às solicitações da indústria panificadora, segundo ele.

Durante os testes, a produtividade chegou a 6.370 quilos por hectare. Nas lavouras, Riede acredita que a produção fique em 5.000 quilos por hectare. Se atingido, esse patamar supera a média brasileira, que é inferior a 3.000 quilos.

Para o pesquisador do Iapar, uma vantagem para os produtores é que essa variedade tem sanidade boa, com resistência moderada a ferrugem e manchas.

Para a próxima safra, o produtor terá à disposição uma outra cultivar, mas com trigo de grão branco. Ele é mais apropriado à produção de pão integral. Atualmente, pelo menos 98% da produção brasileira é de trigo avermelhado.

Eduardo Caierão, pesquisador da Embrapa, afirma que há uma busca contínua por variedades mais produtivas e que garantam custos menores de produção para os agricultores.

A estrutura da produção brasileira, porém, não é favorável aos produtores. Os problemas vão do campo à armazenagem. Com isso, os custos são elevados e a atividade nem sempre garante liquidez.

Mesmo a genética sendo competitiva, ela não é utilizada na sua potencialidade. A produtividade poderia ser bem mais elevada nas lavouras", diz o pesquisador da Embrapa, empresa que pesquisa o cereal desde a década de 1970.

A produção brasileira de trigo deverá ficar abaixo dos 5 milhões de toneladas neste ano, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Para complementar a demanda interna, que é de 11 milhões, o país terá de importar 7 milhões.

Boa parte desse trigo importado virá da Argentina, cuja produção atingiu o recorde de 17 milhões de toneladas na safra 2017/18.

A produção mundial é de 757 milhões de toneladas, com destaque para China (130 milhões) e Rússia (85 milhões).


Febre aftosa O comitê científico da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) recomendou que o Brasil seja reconhecido como livre da febre aftosa, mas com vacinação. A decisão deverá ser anunciada em maio, em Paris.

Cuidados Os membros do comitê recomendaram ao Brasil, porém, reforço na vigilância das fronteiras com a Venezuela e a Colômbia.

Frango Os países do bloco da União Europeia deverão produzir 14,6 milhões de toneladas de carne de frango neste ano, conforme estimativas da Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Rural.

Autossuficiência O consumo deverá atingir 14 milhões de toneladas no período, 4,3% inferior à produção. A UE passou a ser autossuficiente em carne de frango a partir de 2009.

Mercado No ano passado, os países do bloco exportaram 1,66 milhão de toneladas de carne de frango, 3% mais do que em 2016. As importações recuaram 11%, para 806 mil toneladas

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