Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Vaivém das Commodities

Cadeia da cana se retrai e faz PIB do agronegócio paulista diminuir 3,8%

Produção sucroalcooleira cai 6,2%, área é reduzida em 4,6% e produtividade recua 1,7% em 2017

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Colheita mecanizada de cana-de-açúcar na usina Santo Antônio, em Sertãozinho (SP)
Colheita mecanizada de cana-de-açúcar na usina Santo Antônio, em Sertãozinho (SP) - Joel Silva - 9.mai.17/Folhapress

O estado de São Paulo tem um agronegócio muito diversificado, mas um produto é preponderante para a economia agrícola da região: a cana.

Quando o produto vai bem, a cadeia do agronegócio sente os efeitos positivos. Um revés da cana, porém, afeta todo o PIB (Produto Interno Bruto) agropecuário do estado.

Foi o que aconteceu no ano passado, segundo Antonio Carlos Costa, gerente de agronegócio do Deagro (Departamento do Agronegócio) da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

A produção de cana-de-açúcar caiu 6,2%, a área foi reduzida em 4,6% e a produtividade recuou 1,7%. Foi o suficiente para auxiliar na queda de 3,8% do PIB total do agronegócio paulista, que ficou em R$ 268 bilhões em 2017, conforme dados da Fiesp e do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

A laranja, outro produto importante no estado, foi bem, com crescimento de 14% da produção, mas não o suficiente para impedir essa queda.

O PIB agropecuário somou R$ 29,5 bilhões, com recuo de 4,6% em relação ao de 2016. Desse valor, 77% vêm da agricultura, e 23%, da pecuária.

No setor de proteínas, a produção cresceu, mas houve retração nos preços, devido às operações da Polícia Federal no setor e à queda de poder aquisitivo dos consumidores.

A agroindústria, que representa 41% do PIB do agronegócio paulista, caiu 3,7%, para R$ 109 bilhões. A maior queda neste setor, de 3,8%, ficou para a agricultura, que tem participação de 88% nesse valor.

Mais uma vez, a cadeia de cana foi decisiva para a queda da agroindústria: o etanol caiu 17%, e o açúcar, 12%.

Os insumos tiveram desaceleração de 4,6%, a maior queda entre os setores do PIB. Nos cálculos da Fiesp, o setor somou R$ 14,8 bilhões.

O PIB de serviços, o de maior participação no agronegócio e espalhado por todo o estado, caiu 3,6%, para R$ 114,5 bilhões, segundo Costa.

 

Visão 2030

Ao comemorar 45 anos, a Embrapa lança nesta terça-feira (24) o “Visão 2030: O Futuro da Agricultura Brasileira”. O documento analisa sinais e tendências globais e nacionais sobre as principais transformações na agricultura e seus impactos. Um dos destaques é a identificação de megatendências, como mudanças socioeconômicas, intensificação e sustentabilidade, mudança do clima, riscos na agricultura, agregação de valor, protagonismos do consumidor e convergência tecnológica. 

 

OS QUE SOBEM Laranja e mandioca estiveram entre os produtos agropecuários que empurraram para cima a taxa de evolução do PIB do agronegócio do Estado de São Paulo no ano passado. A laranja subiu 14%, e a mandioca, 53%.

OS QUE CAEM Entre as principais quedas do PIB estiveram café (31%), avicultura (8%) e bovinocultura (7%), segundo a Fiesp e o Cepea. 

DÓLAR O produtor rural precisa ficar atento ao comportamento do dólar neste ano. A recomendação é de Fabiana Alves, diretora de Rural Banking do Rabobank, instituição financeira especializada no agronegócio.

CONJUNTURA As alterações na cotação da moeda americana poderão ocorrer não apenas por fatores internos, como os políticos e econômicos, mas também pelo ambiente internacional.

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