Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Alta do trigo anima produtor paranaense

Valor da saca sobe para R$ 45; há um ano, estava em R$ 31

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Colheita de trigo no Paraná (PR)
Colheita de trigo no Paraná (PR) - Dirceu Portugal - 5.set.17/Fotoarena/Folhapress

Após um início de plantio complicado no Paraná, o produtor de trigo teve uma grata surpresa nos últimos dias. Os preços do cereal se recuperaram e a alta do dólar pode encarecer o produto importado.

O novo cenário não deve elevar a área de plantio, estimada em 1 milhão de hectares no estado, mas poderá auxiliar o produtor que estava indeciso a tomar decisão.

O plantio, que começou "no pó" (em terreno seco, sem chuvas) em algumas regiões do Paraná, principal estado produtor do país, já tem condições normais, segundo Carlos Hugo Godinho, especialista em trigo do Deral (Departamento de Economia Rural) do Paraná.

Os paranaenses já semearam 52% da área que será destinada ao cereal, um percentual próximo dos 55% de média dos períodos anteriores.

Com o recente reajuste, o preço da saca de trigo recebido pelos produtores supera os custos de produção, segundo o analista.

Em março, quando os produtores estavam fazendo o planejamento para o plantio, a saca tinha valor de R$ 35. Nesta semana, está entre R$ 44 e R$ 46, segundo Godinho. O custo de produção está próximo de R$ 38.

Jhony Moller, analista de desenvolvimento técnico da Ocepar (Organização das Cooperativas do Estado do Paraná), acredita que os preços mais atrativos, a alta do dólar e o prolongamento do período de zoneamento de 31 de maio para até 20 de junho, em algumas regiões, animaram mais os produtores.

Ele acredita, porém, que esse ânimo não seja suficiente para um aumento de área. Se houver, ele será pequeno.

Godinho prevê uma produtividade um pouco acima das três toneladas de trigo por hectare. Com isso, os paranaenses deverão produzir pelo menos 3 milhões de toneladas, desde que o clima ajude.

Moller vê dois desafios para os produtores. Primeiro, uma eventual ocorrência de geadas no período de enchimento de grãos do cereal.

Outra situação não desejável é a ocorrência de chuva no período de colheita. Em ambos os casos, a produção seria prejudicada.

A produção brasileira de trigo deste ano deverá atingir 4,9 milhões de toneladas, o que obrigará o país importar 6,5 milhões para completar o abastecimento do mercado interno.

Para a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o país iniciou a safra com estoques de 1,6 milhão de toneladas e terminará com 1,3 milhão.

A produção mundial recua para 745 milhões de toneladas na safra 2018/19, um volume 10 milhões abaixo do recorde do período anterior.

A Argentina, principal fornecedora do cereal para o Brasil, aumenta a produção para 19,5 milhões de toneladas, segundo estimativas do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Já a Rússia, país que poderá ser um dos fornecedores de trigo ao Brasil, terá queda de 13 milhões de toneladas nesta safra, que recua para 72 milhões de toneladas.

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